Laudo aponta automutilação em jovem que afirmou ter sido atacada por “nazistas”

Laudo aponta automutilação em jovem que afirmou ter sido atacada por "nazistas"

Banalizar o nazismo é desrespeitar às vítimas dos horrores do Holocausto.

 

Por Hugo Serelo

A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul pretende indiciar a jovem de 19 anos que se disse vítima de ataques nazistas em Porto Alegre.

Em 10 de outubro, a mulher ganhou destaque nacional ao denunciar um suposto ataque nazista no qual teria sido agredida por nazistas que lhe feriram com canivete para desenhar uma suástica em suas costas. A mulher alegou que os criminosos eram eleitores de Bolsonaro.

O episódio foi registrado em boletim de ocorrências na delegacia enquanto a jovem tirava fotos com camisas estampadas com os dizeres #EleNão e apoio a grupos LGBT. A imprensa repercutiu o caso como crime de ódio.

Reviravolta

No entanto, a Polícia Civil investigou profundamente a questão e apresentou hoje (24) um laudo que mostra contradições no testemunho da jovem, além de automutilação na suástica riscada em seu corpo.

Doze câmeras que monitoravam o horário e local do crime descrito pela jovem não registraram nenhum dos fatos por ela relatados. Testemunhos de pedestres e comerciantes da região também desmentiram o depoimento da suposta vítima.

Peritos examinaram tecnicamente os riscos de canivete no corpo da jovem e detectaram autolesão.

A jovem, agora, responderá a um processo por comunicação de falso crime. A pena varia entre um a seis meses de cadeia, ou pagamento de multa.

Forjar Ataques Nazistas

Forjar ataques nazistas para obter benefícios ou incriminar grupos políticos rivais tem sido um expediente cada vez mais recorrente. Em 2009, uma brasileira foi condenada na Suíça após forjar um ataque nazista. O episódio gerou um atrito diplomático entre Brasil e Suíça, pois o governo brasileiro não aguardou a conclusão do inquérito para pressionar por mais rigor na localização dos culpados.

Em 2016, durante a eleição de Donald Trump (Partido Republicano), supostos ataques nazistas atribuídos a eleitores de Trump surgiram pelo país. Em todos os episódios nos quais as autoridades rastrearam os autores, descobriu-se que eram eleitores de Hilary Clinton (Partido Democrata) tentando imputar falso crime ao grupo político rival.

Na semana passada, uma centenária igreja católica situada em Nova Friburgo-RJ foi pixada com suásticas nazistas. Grupos socialistas atribuíram o ato a eleitores de Bolsonaro, porém uma investigação da Polícia Civil apontou que os acusados são militantes de extrema-esquerda.

Banalizar o nazismo é uma forma de ofensa aos milhões de seres humanos exterminados nos horrores do Holocausto.

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Postado originalmente por: Portal MPA

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