Depois de três anos de queda do consumo aparente no mercado de aço, que ultrapassa 30% nesse período, o ano passado já apresentou uma recuperação, mesmo tímida. A informação é do gerente de Economia do Instituto Aço Brasil, Marcelo Ávila, para quem o ritmo de recuperação nas vendas deve se manter ao longo desses anos, após um aumento do consumo aparente em 5,3%, atualmente.
Mesmo com uma base de comparação que considera muito baixa, o gerente se diz satisfeito com a diminuição das quedas nas vendas, o que sustenta a expectativa segundo a qual nesse ano o consumo deve subir a pouco mais de 6%, assim como em 2019. Apesar de a gente não ter ainda um número fechado, o ritmo talvez se mantenha. Então, a recuperação está em andamento, não do jeito que a gente gostaria, mas podemos dizer que de fato está ocorrendo, afirma Marcelo Ávila.
Segundo o gerente, o Instituto Aço Brasil possui uma estimativa que só será possível retornar ao mesmo patamar de vendas internas de 2013 – quando houve o maior pico de vendas já registrado – no ano de 2027. Ou seja, só alcançaremos esse nível de resultados, novamente, 14 anos depois. Então tem um longo caminho ainda para que a indústria do aço volte ao patamar desejável, ressalta.
Setores
Marcelo Ávila também aponta que são três setores que mais consomem aço no mercado: construção civil, automotivo e bens de capital. Juntos representam 80% do consumo aparente de aço. Para o profissional, o setor automotivo já vem crescendo com uma velocidade muito forte de dois dígitos. Isso já ocorreu em 2017 e vai ocorrer, provavelmente, em 2018, afirma.
Já a construção civil não teve um crescimento no ano passado, ao contrário disso, houve uma queda nesse ramo, mas a recuperação está começando a se delinear neste ano. Obviamente não vai ser com a mesma força que a dos veículos automotores, porque existe uma adversidade de fatores. Por exemplo, para comprar um apartamento é preciso ter toda uma confiança e garantia do emprego. É um financiamento muito longo, de mais de 300 meses. Então por isso que essa recuperação se dá de forma mais lenta do que o setor automotivo, explica.
Expectativas
As previsões divulgadas pelo Instituto Aço Brasil para indústria brasileira do aço em 2018 são de aumento das vendas internas de aço em 6,6%, totalizando um volume de 18 milhões de toneladas. Já a produção deve aumentar 8,6% em relação ao ano passado e as exportações devem crescer 10,7% este ano na comparação com 2017, enquanto o consumo aparente de aço deve subir 6,9% em 2018. Tais previsões, no entanto, para serem efetivadas dependerão do resultado positivo das negociações ora em curso tanto com os Estados Unidos como do acordo Mercosul União Europeia, conclui Marcelo Ávila.
Repórter: Tiago Araújo
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