Indústria do aço prevê retomada ao patamar desejável apenas em 2027

Wôlmer Ezequiel

De acordo com o Instituto Aço Brasil, o consumo aparente de aço deve subir 6,9% em 2018

Depois de três anos de queda do consumo aparente no mercado de aço, que ultrapassa 30% nesse período, o ano passado já apresentou uma recuperação, mesmo tímida. A informação é do gerente de Economia do Instituto Aço Brasil, Marcelo Ávila, para quem o ritmo de recuperação nas vendas deve se manter ao longo desses anos, após um aumento do consumo aparente em 5,3%, atualmente.

Mesmo com uma base de comparação que considera muito baixa, o gerente se diz satisfeito com a diminuição das quedas nas vendas, o que sustenta a expectativa segundo a qual nesse ano o consumo deve subir a pouco mais de 6%, assim como em 2019. “Apesar de a gente não ter ainda um número fechado, o ritmo talvez se mantenha. Então, a recuperação está em andamento, não do jeito que a gente gostaria, mas podemos dizer que de fato está ocorrendo”, afirma Marcelo Ávila.

Segundo o gerente, o Instituto Aço Brasil possui uma estimativa que só será possível retornar ao mesmo patamar de vendas internas de 2013 – quando houve o maior pico de vendas já registrado – no ano de 2027. “Ou seja, só alcançaremos esse nível de resultados, novamente, 14 anos depois. Então tem um longo caminho ainda para que a indústria do aço volte ao patamar desejável”, ressalta.

Divulgação

Marcelo Ávila também avaliou o desenvolvimento dos setores automotivo e construção civil

Setores
Marcelo Ávila também aponta que são três setores que mais consomem aço no mercado: construção civil, automotivo e bens de capital. Juntos representam 80% do consumo aparente de aço. Para o profissional, o setor automotivo já vem crescendo com uma velocidade muito forte de dois dígitos. “Isso já ocorreu em 2017 e vai ocorrer, provavelmente, em 2018”, afirma.

Já a construção civil não teve um crescimento no ano passado, ao contrário disso, houve uma queda nesse ramo, mas a recuperação está começando a se delinear neste ano. “Obviamente não vai ser com a mesma força que a dos veículos automotores, porque existe uma adversidade de fatores. Por exemplo, para comprar um apartamento é preciso ter toda uma confiança e garantia do emprego. É um financiamento muito longo, de mais de 300 meses. Então por isso que essa recuperação se dá de forma mais lenta do que o setor automotivo”, explica.

Expectativas
As previsões divulgadas pelo Instituto Aço Brasil para indústria brasileira do aço em 2018 são de aumento das vendas internas de aço em 6,6%, totalizando um volume de 18 milhões de toneladas. Já a produção deve aumentar 8,6% em relação ao ano passado e as exportações devem crescer 10,7% este ano na comparação com 2017, enquanto o consumo aparente de aço deve subir 6,9% em 2018. “Tais previsões, no entanto, para serem efetivadas dependerão do resultado positivo das negociações ora em curso tanto com os Estados Unidos como do acordo Mercosul – União Europeia”, conclui Marcelo Ávila.

Repórter: Tiago Araújo

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