Indicador Serasa Experian aponta maior queda em Minas nos últimos oito meses; maioria dos estados tem alta
O número de empresas inadimplentes em Minas Gerais caiu pelo segundo mês seguido, de acordo com o Indicador de Inadimplência da Serasa Experian. Conforme o levantamento, o volume de companhias mineiras com pelo menos um débito em atraso saltou de 626.108 em março para 605.912 em abril. O resultado mostrou uma queda de 3,22% entre os períodos.
Por consequência do decréscimo, o Estado alcançou o menor patamar de negócios no vermelho dos últimos oito meses. Em agosto do ano passado, maior nível até então, 602.878 companhias de Minas estavam inadimplentes. A redução vai na direção oposta da maioria das unidades da Federação, visto que 24 das 27 tiveram alta na inadimplência das empresas.
Segundo o economista da Serasa, Luiz Rabi, isso acontece porque os estados, cuja atividade econômica é mais heterogênea, como Minas, estão com um desempenho melhor do que outros, como a Bahia, que ainda é muito dependente do setor de serviços. Ele salienta que os mineiros possuem uma mineração e um agronegócio com participações relevantes no Produto Interno Bruto (PIB), além de indústrias que contribuem com as exportações.
“Minas Gerais, por ter uma economia diversificada, com um agronegócio e uma cadeia de minérios exportadora bastante relevante, tem um dinamismo econômico que consegue gerar uma inadimplência menor em suas empresas”, destaca.
Total de dívidas e valor dos débitos também caem
Não apenas o número de companhias em situação de inadimplência diminuiu. Na passagem de março para abril, o total de dívidas das empresas mineiras, por exemplo, caiu de 4.156.805 para 3.930.873, o que mostrou um recuo de 5,43% entre os períodos. O baixo volume ainda representou o menor nível de toda a série histórica estadual da pesquisa, com início em 2019.
Da mesma forma, na somatória, o valor dos débitos teve uma queda significativa de 6,09%. Conforme os dados, o montante de dívidas das companhias inadimplentes no Estado saltou de R$ 9,182 milhões no terceiro mês de 2023 para R$ 8,622 milhões no quarto mês. O resultado correspondeu a menor quantia desde outubro de 2022, quando atingiu R$ 8,506 milhões.
Com as reduções, o número de dívidas por empresa também diminuiu de 6,6, em média, para 6,5. Do mesmo modo, o volume médio das cifras pulou de R$ 14,6 mil para R$ 14,2 mil. E o ticket médio, após bater recorde em março, com R$ 2.209,07, caiu para R$ 2.193,63 em abril.
Desempenho de Minas deve permanecer superior nos próximos meses
De maneira oposta a Minas e puxado pelo desempenho negativo da maioria dos estados, o Brasil teve, no quarto mês de 2023, a pior performance da história do levantamento nacional, iniciado em 2016. No período, a inadimplência alcançou 6.512.731 empresas brasileiras. O valor das dívidas, quando somadas, também bateu recorde ao atingir R$ 117,5 bilhões.
Conforme Rabi, quando se olha os dados nacionais, ainda se vê um aumento na inadimplência não só jurídica, mas também de pessoa física. Porém, não significa que todos os estados estejam com tendência de alta. Minas, por exemplo, vive uma situação diferente.
“Então, olhando numa perspectiva de curto e médio prazos, a tendência de Minas Gerais é continuar apresentando números melhores do que a média nacional, quem sabe, inclusive, reduzindo os seus níveis de inadimplência do ponto de vista das empresas”, ressalta.
Ainda segundo o economista, no Brasil, a tendência de alta na inadimplência, que perdura há cerca de 18 meses, também parece dar seus primeiros sinais de esgotamento. Isso porque as taxas de juros começaram a cair, principalmente os juros de longo prazo, a inflação está em queda e a economia está retomando o seu crescimento.
As informações são do Diário do Comércio.
Foto: Marcello Casal.