Foto/Jairo Chagas
O Mercado Municipal é um dos 20 imóveis tombados a nível nacional em Uberaba
Cerca de 200 inquéritos do Ministério Público investigam falta de sistema contra incêndio em museus e imóveis tombados de Minas Gerais. Em Uberaba, balanço do Corpo de Bombeiros aponta que cerca de 80% dos imóveis vistoriados têm alguma irregularidade. Mas os tombados estão regulares ou passando por regularização, segundo a administração municipal.
O incêndio que atingiu o Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) nesta semana levantou mais uma vez a discussão sobre a situação destas instituições no estado. O local não era vistoriado pelos bombeiros desde 2018. Naquele ano, problemas na estrutura já tinham sido apontados pela corporação. O museu também não tinha o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) válido.
Um levantamento feito em março pelo Ministério Público com o apoio do Corpo de Bombeiros apontou que dos 9.568 bens de interesse cultural de Minas Gerais, entre museus, igrejas e imóveis tombados, em 505 cidades mineiras, apenas 340 tem o AVCB.
A força-tarefa ainda levantou que dos 9.568 imóveis, 2.630 não têm o auto de vistoria e não há informações sobre 6.560. Outros 38 estavam em processo de obtenção em março. Porém, a pandemia do novo coronavírus provocou o fechamento das instituições e o adiamento de vários destes trâmites.
De acordo com o Ministério Público, pelo menos 200 inquéritos foram instaurados no estado para investigar as medidas de prevenção a incêndios nestes locais.
Em Uberaba, de acordo com o Tenente-coronel Anderson Passos, comandante do 8º Batalhão de Bombeiros Militar em Uberaba, de uma forma geral, nas fiscalizações “encontramos 80% das edificações com alguma irregularidade, seja por falta de projeto ou por modificações pós aprovação”.
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Em contato com a assessoria de comunicação da Fundação Cultural de Uberaba/Conselho de Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba, o Jornal da Manhã foi informado de que em Uberaba existem atualmente 20 imóveis tombados na esfera municipal e um nacional. Ainda, a maioria deles ou está com o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) em dia ou com as vistorias iniciadas pela equipe técnica, “porém devido à situação da Covid-19 e a suspensão de várias atividades, ainda não foram concluídas, mas serão até o mês de novembro”, explica por nota.
Ainda de acordo com o departamento, dentro das “atividades realizadas pela equipe da Seção Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural estão os Laudos Técnicos do Estado de Conservação dos Bens Materiais, realizados todos os anos e encaminhados para o IEPHA – Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico. Dentro desses laudos são avaliados os seguintes aspectos do bem: Elementos Estruturais; Cobertura; Alvenarias; Revestimentos; Vãos e Vedações; Pisos; Forros; Elementos Integrados Externos; Agenciamento Externo; Instalações elétrica e hidráulica; Instalações de segurança – Prevenção e Combate a incêndio, Proteção contra descargas elétricas e Instalação de segurança/alarme; Análise do entorno e análise do uso do imóvel”, conclui.
Os imóveis tombados são:
Mercado Municipal
Hospital das Clínicas – antiga Santa Casa de Misericórdia
Sanatório Espírita
Conjunto arquitetônico Travessa do Sesiminas
Fazenda Experimental de Criação – EPAMIG
Igreja Metodista de Uberaba
Residência Senador Pena
Escola Estadual Minas Gerais
Conjunto arquitetônico Travessa e Paisagístico de Peirópolis e Estação
Fazenda Cassu
Residência Pedro Salomão
Cine Teatro Vera Cruz
Paço Municipal Major Eustáquio
Palacete José Caetano Borges
Vila dos Eucaliptos (MADA)
Escola Estadual Brasil
Palacete São Luiz – Palácio do Bispo
Prédio dos Correios
Residência Tobias Rosa (Sede da FCU)
Casarão Fadul Cambraia (Praça Rui Barbosa/ Rua Artur Machado)
E um imóvel tombado na esfera nacional: Igreja Santa Rita.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba
