IMA não vê sinais de maus tratos em gado do complexo prisional

Em razão da denúncia de que cerca de 60 cabeças de gado, utilizadas no complexo prisional de Juiz de Fora para produção de laticínios em projeto de ressocialização de presos, estariam abandonadas e em situação de maus-tratos, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou, nesta quinta-feira (20), que técnicos do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) visitaram a unidade penitenciária Edson Cavalieri, responsável pelos animais, nesta quarta (19). Conforme a pasta, foi constatado que, de modo geral, o gado estava dentro de condições consideradas normais para o tempo de vida que possuem. Todavia, a Sejusp, ressaltou que apenas o IMA tinha condições de melhor informar a respeito da situação dos bichos.

Ainda segundo a pasta, uma alimentação suplementar para os animais foi providenciada, ainda na última terça (18), considerando o período de estiagem e o rompimento do contrato com o parceiro de trabalho dos presos, que até então era responsável pela alimentação dos semoventes. A Sejusp também ressaltou que uma investigação para apurar responsabilidades a respeito das condições do gado está prevista, caso haja necessidade. A Tribuna tentou contato com a direção da unidade prisional, mas não teve êxito.

À Tribuna, o coordenador regional do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de Juiz de Fora, Rodrigo Fernandes, informou que, após o órgão ser notificado a respeito das denúncias, uma ação conjunta com a Polícia Civil e a Assembleia Legislativa de Minas foi realizada a fim de verificar as condição dos animais. “Deslocamos dois médicos veterinários e dois fiscais agropecuários do IMA com expertise para verificação de aspectos sanitários e de bem-estar desses animais e constatamos que o gado estava, em sua grande maioria, em estado que variava de razoável para bom”, afirmou.

Ainda segundo Fernandes, a fiscalização considerou que o local de permanência dos bichos não foge da realidade de 80% das propriedades rurais da área de abrangência da regional do IMA. “Inclusive, foram encontrados animais com genética qualificada. Os aspectos sanitários estavam dentro da conformidade e os animais todos vacinados. Todos os indicadores que observamos em nossa fiscalização, além do olhar clínico dos médicos veterinários que participaram, estavam a contento e sem sinais de maus-tratos”, disse.

Sobre os dois animais que morreram, Fernandes pontuou que um deles tinha idade avançada e morreu de velhice. “O outro foi em razão de ter se machucado depois de ter caído em uma vala, sendo só encontrado no dia seguinte, morto em decorrência de hipotermia. Todos com atestado de óbito”, concluiu.

Parceria rompida

Na última terça-feira, a Sejusp informou que iria investigar a denúncia de possíveis maus-tratos contra os animais que estariam em precárias condições de sobrevivência, fome e correndo risco de se envolveram em acidentes. Segundo a pasta, esses animais eram utilizados em uma parceria de trabalho com um empresário local. Nela, detentos eram capacitados para ordenha e para a produção de laticínios em atividades laborais e de ressocialização de internos sob orientação de um parceiro responsável pela manutenção dos semoventes. Essa parceria foi rompida e, desde então, a Penitenciária de Juiz de Fora I (Penitenciária José Edson Cavalieri) era a encarregada pela manutenção dos animais.

O post IMA não vê sinais de maus tratos em gado do complexo prisional apareceu primeiro em Tribuna de Minas.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

Pesquisar