Começam, nesta semana, os trabalhos de pesquisa para o reconhecimento dos Reinados e Congados de Minas Gerais como patrimônio cultural imaterial do Estado. A ação, que está sendo conduzida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), vem também atender um desejo das comunidades congadeiras, prefeituras, de pesquisadores e associação da sociedade civil. O levantamento busca assegurar a importância para este bem cultural ímpar da identidade e cultura dos mineiros.
A pesquisa começa pelo cadastramento por meio de formulário disponível aqui, a partir desta terça-feira (4/5), e tem como objetivo fazer um mapeamento dos Congados e Reinados de Minas Gerais.
“Identificar e mapear os grupos de Congados e Reinados de Minas Gerais é, sobretudo, uma forma de manter vivo esse valioso patrimônio cultural imaterial que o estado guarda. A ação vai nos permitir preservar e difundir histórias, memórias, saberes tradicionais e rituais que são transmitidos de geração em geração e tornam a cultura mineira tão diversa”, ressalta o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.
Elaborado pela equipe técnica do Instituto, o formulário contou com a participação de representantes de Congados e Reinados de diferentes cidades de mineiras em sua produção, principalmente capitães de guardas, bem como de pesquisadores de referência no tema, como as professoras Glaura Lucas (UFMG) e Lêda Maria Martins (UFMG), por meio de reuniões e encontros virtuais.
O formulário tem o objetivo de identificar a localização, as formas de organização, a diversidade de cargos e funções, as indumentárias, instrumentos musicais, calendários festivos, dentre outros, bem como levantar informações sobre as dificuldades relacionadas à manutenção dos grupos, visando a salvaguarda desse bem cultural.
A tradição
O Reinado ou Congado é uma manifestação religiosa afro-brasileira que teve início no século 17, e tem como origem os ritos de coroação dos reis negros e africanos, e foi ressignificada no Brasil. A celebração, desde o princípio, esteve vinculada aos festejos das irmandades religiosas, principalmente negras, como as de Nossa Senhora do Rosário.
A manifestação cultural está tradicionalmente enraizada na cultura mineira e possui uma diversidade de matrizes, denominação de grupos, formas de expressão e ritos que estão no processo de reconhecimento como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais.
O Cadastro permanecerá constantemente aberto. No entanto, para fins de pontuação no Programa ICMS Patrimônio Cultural, serão pontuados os formulários preenchidos pela prefeitura até a data do dia 31/12/2021.