Foto: Hudson Brazil
O tratamento humanizado vai muito além de um “bom dia” ou “como posso ajudar?”. Ele engloba toda a experiência do paciente. Por isso, valorizar o ser humano e inserir a humanização na cultura organizacional do hospital, são alguns dos passos mais importantes para que um tratamento humanizado seja oferecido. Uma vez que, ao descobrir um câncer e tratá-lo, pode provocar muitos questionamentos e medo nos pacientes, é preciso prepará-los para os impactos físicos e psicológicos do tratamento. Por isso, a humanização do atendimento é fundamental para apoiá-los durante toda esta jornada.
“A humanização nos proporciona uma experiência enriquecedora, pois ela nos traz momentos de aprendizado. Mesmo diante de todas as questões emocionais envolvidas, como o medo, a incerteza e a ansiedade; podemos perceber uma melhora emocional, tanto do paciente, quanto do familiar, ao longo do tratamento”, diz Ana Laura Costa, psico-oncologista.
Neste intuito, na última semana, a Santa Casa de Montes Claros preparou um momento especial para dois pacientes que finalizaram uma etapa muito importante do tratamento contra o câncer. O Arthur e a Pâmella foram surpreendidos durante a última quimioterapia. “O tratamento dura em torno de dois a três anos, pois depende da quantidade de intercorrências que a criança tem. E isso ocupa uma fase importante da infância. Então, ter momentos mais lúdicos é importante para a cabecinha deles, uma vez que, futuramente, isso pode contribuir com a forma de enfrentamento que eles vão ter, das lembranças em relação a essa fase da vida deles”, explica a hematologista pediátrica, Juliana Cerqueira.
Para a realização da ação, o hospital contou com voluntários e colaboradores da OncoPediatria SUS, Captação de Recursos e do Grupo de Trabalho Humanizado (GTH) da Instituição. Um desses colaboradores foi o Daniel Marcelo, que comentou sobre sua experiência como voluntário. “Às vezes passamos por momentos que não conseguimos expressar em palavras todo o nosso sentimento. E a música tem esse poder. Fico muito grato por poder contribuir com esse tipo de iniciativa”. A Santa Casa também contou com a parceria da Drogaria Minas Brasil e Farmácia Real. As empresas doaram os brinquedos entregues aos pacientes.
Conforme a Dra. Juliana, tanto o Arthur, quanto a Pâmella, continuarão em acompanhamento no hospital. “Apesar de ser um término de uma etapa do tratamento, não consideramos ainda como cura, a princípio, pois nestas situações o paciente só é considerado curado dez anos após o término do tratamento. Isso se deve a possibilidade de uma recidiva. Eles continuam em acompanhamento através de consultas periódicas”.
Postado originalmente por: VinTV