“Iniciei a construção de um balão e novo motor, este um pouco mais forte, aquele um pouco maior. Três semanas, contadas dia a dia, após o último desastre, meu aparelho, o nº 6, estava pronto. O tempo, porém, continuava mau. Em 19 de outubro de 1901, à tarde, pois a manhã foi chuvosa, subi de novo, contornei a torre, a uma altura de 250 metros, sobre uma enorme multidão”.
As palavras são de Santos Dumont sobre o primeiro voo controlado pelo homem e realizado com sucesso em volta na Torre Eiffel, o monumento mais simbólico de Paris, na França. Foi com esse invento que o aviador brasileiro finalmente conquistou o Prêmio Deutsch.
Os projetos de Santos Dumont começaram alguns anos antes. Em 1898, o aviador construiu o primeiro balão motorizado, movido a gasolina. Depois dele, aprimorou o projeto e iniciou uma sequência de dirigíveis. Em julho de 1901, lançou o dirigível número 5 e sofreu dois acidentes.
Três meses depois, apresentou o número 6, com 33 metros no seu eixo maior, por seis metros, nos eixos pequenos. Santos Dumont voou diante dos juízes do concurso promovido pelo empresário francês Deutsch de la Meurthe. De acordo com o regulamento, a aeronave deveria partir do parque de St. Cloud, sobrevoar o Rio Sena, contornar a Torre Eiffel e voltar ao ponto de partida em até 30 minutos.
O percurso foi concluído com sucesso, mas ultrapassou 29 segundos no tempo máximo estabelecido pela organização. A comissão só reconheceu o feito de Santos Dumont em novembro daquele ano. E o brasileiro ganhou 129 mil francos como premiação.
As informações são da Radioagência Nacional.
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