Governo de Minas Gerais premia empresas inclusivas para trabalhadores com deficiência

Quando Kátia Fontes ficou paraplégica, depois de um acidente de carro, o único modelo de cadeira de rodas existente no Brasil era de aço: pesada e difícil de transportar. Kátia abriu, então, uma microempresa para comercializar outros modelos mais leves, que melhoraram a mobilidade das pessoas com deficiência. “Cadeira é perna pra gente, sem perna, você não faz nada. Tenho fornecido na loja cadeiras pra crianças de dois anos de idade e também, no extremo oposto, pra obesos de 190 quilos. A pessoa, tendo o equipamento de qualidade, ela consegue ser mais independente, mais ativa.”

Kátia foi uma das homenageadas na primeira edição do Prêmio Empresa Inclusiva para Trabalhadores com Deficiência, uma iniciativa da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social, Sedese. A entrega de placas e troféus foi realizada na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Fiemg, no dia 20 de junho. Na categoria Empreendedores Individuais com Deficiência, o primeiro lugar ficou com o estudante da PUC Minas, Felipe Barros Silva. Ele criou uma plataforma de videoconferência que oferece intérpretes de libras em tempo real, para facilitar a comunicação de surdos. O segundo lugar ficou com Eliane Oliveira, com a consultoria Vetor Inclusão.  A partir da solicitação de empresas, Eliane seleciona profissionais com deficiência no perfil desejado. Ela destaca que o prêmio desperta a atenção do mercado. “Esse primeiro evento vai servir pra muitas empresas se inspirar nesse evento e querer estar junto conosco. Nós precisamos de referencial. A que grupo eu quero pertencer? Então, quero pertencer ao grupo das empresas com as melhores práticas inclusivas.”

O Prêmio Empresa Inclusiva teve 37 participantes. Uma das premiadas na categoria Grandes Empresas, com mais de 100 funcionários, foi a Organização Verdemar, com um projeto inédito que promove a inclusão de mais de oitenta pessoas com transtornos psiquiátricos. O Superintendente de Recursos Humanos do Verdemar, Leandro Pinho, diz que as práticas inclusivas beneficiam também as empresas. “Esse prêmio é uma possibilidade de estimular boas práticas de outras empresas, perceberem que incluir não é nenhum tipo de filantropia, é produtivo também pro negócio, as pessoas incluídas se tornam emancipadas e a empresa ganha em valor, ganha em possibilidade de melhorias diversas. A gente é muito feliz com a premiação e com o projeto.”

A população mineira com deficiência é de pelo menos 4 milhões e meio de pessoas, segundo dados do último Censo. Desde 91, a chamada Lei das Cotas determina que empresas com cem ou mais empregados preencham uma parte de seus cargos com trabalhadores com deficiência. A Gerente de Responsabilidade Social do Sistema Fiemg, Luciene Araújo ressalta que práticas inclusivas podem ser adotadas por empresas de todos os tamanhos. “Seja um microempreendedor, seja uma pequena empresa, seja uma grande empresa, todas elas podem construir esse ambiente inclusivo. As ganhadoras aqui conseguiram construir um ambiente organizacional favorável ao respeito.”

A assessora para inclusão da Sedese, e uma das idealizadoras do prêmio, Rosana Bastos, quer que esta seja a primeira de muitas premiações. “Espero que outras aconteçam, e que sirva principalmente de motivação pra que outras empresas e outros empreendedores implantarem as suas práticas de inclusão e os empreendedores a lançarem seus negócios e mostrarem realmente que o trabalho da pessoa com deficiência é importante.”

Para mais informações, acesse www.social.mg.gov.br.

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