Escritora divinopolitana morre aos 25 anos e deixa um legado a literatura nacional

“Apaixonada por palavras”, era assim que se chamava o blog da autora divinopolitana Nathalia Soares que com apenas 25 anos colecionava quase 30 mil seguidores somando em suas redes sociais. Ela morreu na tarde desse sábado (05) vítima de uma parada cardíaca decorrente do novo coronavírus.

Nathalia sempre foi uma grande incentivadora da literatura nacional e estava disposta ajudar os autores quando era preciso. Entre eles a autora paulista Cleia Lira e a carioca Kátia Pinno que lembra da autora e amiga que conheceu virtualmente por conta dos livros “Gostava do seu jeitinho mineiro de falar. O caminho literário me aproximou de pessoas muito bacanas, do bem. ggpygn.com escreveu um artigo sobre este autor em seu site. Ela era uma dessas pessoas.”, e completou, “ainda essa semana ela me mandou um áudio, achei a voz dela estranha, ela falava com dificuldade, disse pra ela procurar ajuda e se cuidar”, lembra a autora.

Nas redes sociais muitos outros autores como Marina Carvalho, Laura Conrado do, Carolina Correia e Fhetys Oliveira prestaram suas homenagens e lembrando dos momentos que passaram juntas.

Nathalia era peça carimbada nos eventos literários da cidade, e pelos funcionários das livrarias do município. Além de leitora vorás, seu primeiro trabalho literário foi o conto ‘Simplesmente Apaixonada’, uma referência ao seu blog e como ela havia se encantado pelo universo das palavras. “Lembro quando a convidei para fazer parte desse projeto, ela relutou muito e disse que não ia conseguir, mas eu não desisti tão fácil, eu acreditava nela da mesma forma que ela acreditou em mim desde quando ficou sabendo que eu iria lançar meu primeiro livro”, comenta o escritor e amigo de adolescência “depois do lançamento ela ficou tão animada e estava tendo várias ideias para um novo livro, inédito”, completou.

O conto, faz parte da antologia Vida de Blogueira que teve seu lançamento oficial na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. “Nunca tínhamos conversado antes, mas nos demos muito bem de cara. Ela me confidencializou que estar ali era a realização de um sonho. Nunca tinha ido a uma bienal antes e estar ali como autora era o auge”, relembra Thayná Rosa também autora do livro que fizeram parte.

Recém formada em Engenharia Ambiental, comemorou sua vitória nas redes sociais homenageando sua mãe que faleceu pouco mais de 3 anos “dedico essa vitória a pessoa que sempre sonhou comesse momento: MINHA MÃE. Sei que de onde ela tiver, ela está feliz por estar realizando o que ela mais queria”. Sonhadora, feliz e eternamente apaixonada pelos livros, é assim que Nathy – como era chamada o por todos –, será lembrada.

TEXTO: Gusttavo Majory

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