As atividades escolares não presenciais que vêm sendo adotadas na rede estadual de ensino foram duramente criticadas por professores, pesquisadores, pais e alunos, durante audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta segunda-feira, 8. A principal queixa é de que a modalidade deixa de fora mais de 700 mil estudantes que não têm acesso à internet, a dispositivos eletrônicos adequados ou mesmo ao sinal da Rede Minas de Televisão.
O programa de atividades não presenciais, que consiste basicamente na distribuição de uma apostila com o chamado Plano de Estudo Tutorado (PET) e na oferta de videoaulas transmitidas pela Rede Minas, estaria gerando ainda mais dúvidas e desmotivação entre os alunos, enquanto os professores sofrem com cobranças da comunidade escolar, assédio e sobrecarga de trabalho. O aplicativo Conexão Escola, que deveria ser utilizado por professores e estudantes, não estaria funcionando.
Entre outras ponderações, docentes como Karina Fonseca Soares Rezende, de Sabará, e Adriano José de Paula, de Ribeirão das Neves, apontaram inúmeros erros materiais e inadequações no PET, além do descompasso entre o conteúdo da apostila e o das videoaulas.
– O projeto foi feito de modo açodado, improvisado, jogaram toda a responsabilidade nas costas dos diretores e professores, que agora vivem um calvário – desabafou Adriano José.
A reunião ocorreu no Auditório José Alencar, na sede do Legislativo, conduzida pela presidenta da comissão, deputada Beatriz Cerqueira (PT), mas, em virtude da pandemia causada pelo coronavírus, os convidados participaram remotamente, assim como dezenas de cidadãos. O encontro gerou diversos requerimentos com questionamentos e pedidos de providências à Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, além de um documento com todos os relatos e perguntas do público que o acompanhou pela TV Assembleia, YouTube e demais canais de interação da ALMG.
Postado originalmente por: VinTV