Dois vereadores e um empresário são investigados por envolvimento em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em Divinópolis

MPMG oferece denúncia contra entidades de Divinópolis após suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Após uma investigação de onze meses, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou uma denúncia em 5 de outubro relacionada à operação Gola Alva, que foi deflagrada em maio com o objetivo de investigar o envolvimento de vereadores, uma servidora pública e empresários em crimes de corrupção em Divinópolis, no Centro-Oeste do estado. A investigação foi conduzida em conjunto pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Divinópolis.

Após a fase ostensiva da operação, os trabalhos investigativos foram intensificados, incluindo a análise de materiais apreendidos. Ao mesmo tempo, várias testemunhas e investigados foram ouvidos, levando à conclusão da existência de um esquema criminoso na Câmara Municipal. Esse esquema envolvia dois vereadores que recebiam propina de empresários para propor e aprovar projetos de lei de alteração de zoneamento urbano.

De acordo com a denúncia, oito empresários investigados admitiram ter pago propina aos vereadores e celebraram acordos de não persecução penal com o MPMG, nos quais concordaram em pagar aproximadamente R$ 300 mil como sanção.

A denúncia imputa a dois vereadores a prática de vários crimes de corrupção passiva, e a um deles também o crime de lavagem de dinheiro. Além disso, um empresário também foi denunciado, mesmo admitindo a prática dos atos ilícitos, por não ter celebrado um acordo de não persecução penal.

Em 4 de outubro, a 2ª Vara Criminal da Comarca de Divinópolis deu início ao processamento da acusação. Atendendo ao pedido do Ministério Público, o juiz manteve o afastamento de um dos vereadores denunciados, que já estava afastado desde maio. Além disso, o segundo vereador, que anteriormente estava apenas impedido de exercer a presidência da Câmara Municipal, também foi afastado do mandato. Isso ocorreu devido ao uso do cargo para práticas ilícitas e ao descumprimento das medidas cautelares previamente estabelecidas. Ambos os vereadores também estão proibidos de acessar as dependências da Câmara Legislativa. O juiz decretou ainda o sequestro de parte dos bens desses dois vereadores denunciados.

Confira o áudio da repórter da MPMG, Clara Caetano:

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