Como forma de reconhecer a importância desse veículo, a Unesco criou o Dia Mundial do Rádio, que é comemorado em todo mundo em 13 de fevereiro

O rádio atravessou guerras, ditaduras, revoluções tecnológicas e, ainda assim, segue firme. Com mais de 100 anos de história no Brasil, ele soube se reinventar e continua conquistando novos ouvintes, mesmo na era digital e diante dos novos dispositos e hábitos de consumo.
Como forma de reconhecer a importância desse veículo, a Unesco criou o Dia Mundial do Rádio, que é comemorado em todo mundo em 13 de fevereiro. Neste ano, a data tem como tema “Rádio e Mudança Climática”, destacando o papel educativo e de mobilização do veículo.
O professor Luiz Ferraretto, um dos principais pesquisadores do rádio no Brasil, avalia que o assunto não poderia ser mais atual. Ele lembra que durante as recentes enchentes no Rio Grande do Sul, esse veículo centenário teve papel fundamental:
“Quando a gente teve as enchentes do ano passado no Rio Grande do Sul, caiu internet, faltou energia elétrica e as pessoas tiveram de recorrer ao bom e velho radinho de pilha, né? O rádio ocupou o espaço da comunicação governamental, que falhou muito durante a enchente no Rio Grande do Sul. As rádios]tiveram um papel assim fundamental na ajuda da população, na orientação da população a partir daquele primeiro momento de estupefação com o que estava acontecendo no estado”, afirmou o professor.
Em 2024, uma pesquisa da Kantar Ibope Media apontou que o rádio é ouvido por 79% da população brasileira, que diariamente acompanha, em média, três horas e 55 minutos de programação radiofônica. Essa proximidade é, talvez, a maior força do rádio. Ele entra na casa das pessoas, acompanha a rotina e, em momentos de crise, se torna um refúgio. Foi assim nas enchentes do Rio Grande do Sul, mas também na pandemia, quando as emissoras garantiram informações confiáveis e ajudaram a combater a solidão.
“O poder do rádio, não só para informação, para o entretenimento, mas como companheiro das pessoas no dia a dia, quebrando essas imensas solidões que existem nas grandes cidades, cada vez mais grandes, cada vez mais opressivas”, enfatizou Luiz Ferraretto.
Mesmo com todas as transformações, o rádio não exige internet veloz, nem tela. Ele chega onde outros meios não alcançam. Com notícias regionais, do estado e do país, muitas vezes o rádio é a única fonte de informação. E isso faz do rádio um instrumento fundamental para a cidadania.
“O rádio continua sendo um meio super importante. É um meio que ele acabou assimilando características de outros meios. O rádio, na sua essência, é som, mas hoje ele também é imagem, é texto. Ele [o rádio] não é só a transmissão por ondas eletromagnéticas tradicionais, da estação para o radinho, ele é, também, via internet. E ele precisa ser uma luta pela inclusão de todas e todos no processo comunicacional e na luta contra a desinformação”, comentou Ferraretto.
E o futuro do rádio? Especialistas garantem que ele está longe de ser um meio do passado. Podcasts, transmissões ao vivo ou interatividade pelas redes sociais confiram que o rádio hoje é multimídia. Por isso, é cada vez mais comum ter emissoras presentes em diversas plataformas.
Diante disso, podemos afirmar que o rádio continua sendo um meio indispensável na sociedade, detentor de uma credibilidade ímpar, que o mantém como uma das mídias mais confiáveis.
*Com informações: Rádio Senado