Dia das mães: psicóloga explica sobre a importância de separar um tempo para o autocuidado

Mães precisaram de ajuda durante a pandemia para entender como gerenciar tarefas

Ser mãe em um dos períodos mais difíceis do nosso país não é tarefa fácil. Vinte e quatro horas acaba sendo pouco tempo para gerenciar tantas atividades. Durante a pandemia, muitas delas passaram por momentos difíceis, como é o caso da assistente de comunicação Nayara Macedo e da jornalista Amanda Mendes.

“Às vezes eu tenho as minhas crises, choro bastante, respiro e ‘boto’ minha cabeça no lugar. Porque não é só eu. Hoje eu tenho uma vida pra cuidar, uma vida pra ensinar”, revelou Nayara.

Amanda admite que enfrentou dias complicados neste período. “Nessa rotina do dia a dia eu me vi muito chateada, eu me vi angustiada, com insônia, medos. Hoje eu já percebo que tenho que tirar um tempo maior pra mim”.

Para a psicóloga Denize Gomes esta queixa da Amanda é bastante comum.

“Eu falo muito da metáfora do equilibrista. O equilibrista ali naquela linha muito fina, muito tênue, se ele não está atento aos seus passos diários ele pode cair daquela corda ou ficar paralisado. Quando faço essa articulação, aponto sobre o quanto é necessário essa atenção aos nossos passos diários. Esse questionamento: será que eu estou tirando um tempo diário pra mim? Ou eu estou tão voltado para o outro que eu acabo me perdendo de vista?”, indagou.

Com o isolamento social, famílias estão passando mais tempo juntas e precisam lidar com diversas situações todos os dias. Para as mães, as tarefas diárias aumentaram, assim como suas responsabilidades. Porém, ter um tempo para o autocuidado é fundamental.

“É um filho que está sem escola, é um marido que está trabalhando em casa e ao mesmo tempo ela tem que responder as demandas do trabalho. Não existe um caminho melhor do que olhar pra si, do que está atenta às suas necessidades, aos seus sentimentos e as suas emoções”, explicou à psicóloga.

Mais tempo com os filhos

Para essas mães, apesar do período difícil, esse momento trouxe o benefício de acompanhar o desenvolvimento dos seus filhos.“Tem sido muito especial pra gente porque eu acompanhei os primeiros passos, pude levá-lo ao médico e a outros lugares que eu não tinha tempo,” contou Amanda.

Aline Bracarense trocou de emprego para acompanhar o desenvolvimento da sua filha. Ela deixou o trabalho como secretária para atuar em casa como confeiteira. “Sempre foi um sonho ser mãe e ter minha filha comigo é a melhor coisa da minha vida”, disse.

“Eu queria deixar um feliz Dia das Mães e dizer que: aguenta só mais um pouquinho, tá quase. A gente é muito forte, pode ser que a gente não dê conta de tudo, mas a gente é muito forte e a gente é muito mais do que a gente pensa”, desejou Nayara.

“Eu aproveito para desejar um feliz Dia das Mães, pra desejar que essas mães cada vez mais possam se encontrar, que elas possam exercitar esse olhar pra si, porque é isso que traz uma relação bacana conosco e com o mundo”, estimou a psicóloga.

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