Pedido foi feito durante audiência pública para discutir o tema
Deputados da Comissão de Transporte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) solicitaram ao governo de Minas nessa terça-feira (6) que parte dos recursos da repactuação do acordo de Mariana seja destinado a obras de melhorias das rodovias estaduais.
A ideia também é defendida por parlamentares ligados à indústria, ao agronegócio e à área da saúde, já que boa parte dos pacientes de pequenas cidades precisa se deslocar pelas estradas mineiras até as chamadas cidades-pólo, onde ficam os grandes hospitais.
O Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), responsável pela gestão das estradas estaduais, afirma que qualquer verba extra é bem-vinda. A declaração foi feita pelo diretor-geral do órgão, Rodrigo Tavares, em entrevista à Itatiaia após audiência pública que discutiu os problemas nas estradas.
“É uma expectativa não só do DER, mas de todos os mineiros, de a gente contar com mais recursos para avançar na manutenção e reparos da nossa malha viária. Qualquer fonte extra, além do que a gente conta no caixa do estado, será muito bem-vinda para a gente melhorar as condições das nossas estradas”, disse ele.
O presidente da comissão na ALMG, deputado estadual Thiago Cota (PDT) é um dos que defendem que parte dos recursos seja destinado às rodovias. “Acho que haveria um formato, dialogando com a Fundação Renova, Vale, mineração e o governo federal, para que nesse acordo que se fala em bilhões e mais bilhões de compensação pelo rompimento em Mariana a gente pudesse tirar uma fatia pequena para fazer todas as melhorias”, afirmou ele.
Concessão
Sobre os próximos passos do governo de Minas, o diretor do DER afirmou que uma das prioridades é a privatização da BR-356 no trecho entre Nova Lima, na região Metropolitana de Belo Horizonte, e a cidade histórica de Ouro Preto. “Nossa expectativa é que entre em discussão em breve e vá a leilão ainda em 2023”, disse Rodrigo Tavares.
Ele explicou que as condições das rodovias estaduais se deterioraram devido à redução dos investimentos em manutenção. Em 2015, quando foram investidos quase R$ 592 milhões, 9,8% das estradas estaduais estavam em mau estado de conservação. Esse percentual subiu para 15,9% em 2018, quando os investimentos caíram para cerca de R$ 300 milhões.
Na gestão de Romeu Zema (Novo), os gastos subiram e, em 2023, a estimativa é de R$ 800 milhões. Mesmo assim, as rodovias em mau estado de conservação representam 22,2% da malha estadual atualmente.
Tavares ressaltou ainda que há obras de recuperação de rodovias em todas as regiões do Estado. O chefe do DER informou também que foi contratada uma consultoria para mapear os pontos mais críticos que serão priorizados nos próximos anos.
As informações são da Itatiaia.
Foto: Sarah Torres.