“Crime não acabou”, diz atingida por lama em Brumadinho durante debate

Comissão na Câmara ouviu partes nesta terça; Vale não compareceu

A tragédia em Brumadinho foi tema de debate na Câmara na última segunda-feira (7). Deputados se reuniram para ouvir os moradores, Ministério Público e representantes do governo local sobre o andamento do acordo entre o governo de Minas Gerais e a mineradora Vale. Uma audiência de conciliação está marcada para esta quarta-feira.

A comissão criada para fiscalizar essas negociações ouviu muita reclamação dos moradores e de entidades locais.

Para o prefeito de Brumadinho, Avimar Barcelos, a cidade deve receber pelo menos 20% do valor da compensação financeira.

A moradora Camila Oliveira, que representou o Movimento Águas e Serras de Casa Branca, Brumadinho, reclamou da falta de transparência do processo de acordo e do tratamento aos moradores. Ela criticou a falta de acesso a documentos, devido à exigência de confidencialidade no processo de negociação.

A empresa Vale foi convidada a participar da audiência, mas nenhum representante foi enviado pela empresa para responder os questionamentos.

O governo de Minas Gerais e o Ministério Público do Estado pedem cerca de R$ 54 bilhões em reparação de danos. O valor não inclui os acordos individuais com os atingidos.

No 25 de janeiro de 2019, 259 pessoas morreram após o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração pertencente à Vale. 11 pessoas até hoje continuam desaparecidas.

*As informações são da Radioagência Nacional. 

 

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