Conheça o trabalho do canil nas operação da Polícia Militar

(Imagem: PMMG/Divulgação)

Em meados de Janeiro de 1991, sob o comando do Tenente Coronel Gilberto, criou-se o 3º Pelotão Canil, também conhecido entre a sociedade Uberabense por ROCCA (Rondas Ostensivas com Cães) do 4º BPM, onde tinha como comandante o então 1º Ten. Riposatti.

O plantel, à época, fora formado por 04 cães da raça Pastor Alemão Capa Preta, doados pelo Ten. Riposatti, sendo os cães Thor, Yoko, Conan e Shiva, que foram treinados para o serviço operacional. O treinamento foi ministrado aos militares, pelo, então Tenente Levi e Soldado Torres, ambos do Canil Central de Belo Horizonte. No ano de 2009 o Canil do 4º BPM, teve o privilégio de ser o primeiro canil do interior de Minas Gerais a ministrar o Curso de Cinotecnia fora do Canil Central de Belo Horizonte, por instrutores da própria unidade, com a devida autorização da Academia da Policia Militar.

O emprego de cães no serviço operacional é sempre vantajoso principalmente quando é usado com a devida técnica. Ao usar um cão de maneira técnica, tem-se economia de efetivo, maior efeito psicológico, aumento da segurança do policial e em determinadas missões, resultará em maior possibilidade de êxito.

(Imagem: PMMG/Divulgação)

A utilização do cão facilita a ação policial quando desenvolvida em locais de difícil acesso, como grotas, ribanceiras, buracos ou em locais onde o risco é iminente. O cão de captura tem sua preparação baseada no “Hunting drive” do cão, que nada mais é que o instinto natural do cão em desenvolver habilidades para a caça, sendo assim selecionado o animal para a atividade de captura. Isto porque, faz-se necessário que o cão tenha instintos elevados de caça e que seja preparado do seu “manejo” até o adestramento para a atividade de captura.

Referida atividade consiste em localizar indivíduos em áreas diversas em que o cão possa farejar locais por onde tenha passado o infrator, ou seja, localizando a trilha traçada pelo procurado através de partículas de odor, somente perceptíveis aos cães, que possui olfato diferenciado e extremamente superior a dos seres humanos e maioria dos demais animais.

Devido ao faro do cão ser mais aguçado que o dos seres humanos, ele é um excelente instrumento de suplementação para as missões de captura, mas que para se obter êxito neste tipo de missão, deve-se adotar entre outras, as seguintes medidas:

– acionar logo a equipe de cães, quando se tratar desse tipo de ocorrência;

– o cerco eficiente do local é muito importante;

– deve-se colher o máximo de informações (tipo de vestimenta, qual o crime cometido, se os infratores possuem armamento e qual o tipo);
– deve-se verificar quantos infratores estão na mata;

– verificar se existem militares ou civis no interior da mata que não tenham nenhum envolvimento com o delito.

(Imagem: PMMG/Divulgação)

Outra modalidade de emprego de cães na Polícia Militar, é o controle de distúrbios civis, se fazendo mediante ordem do Comando, podendo os animais serem utilizados para dispersão dos manifestantes, bloqueio de determinadas vias e ocupação de pontos diversos. É possível adaptar os grupos de polícia de cães para as formações em linha, em cunha e em escalão, apesar da formação em linha ser a mais viável e utilizada.

Nas manifestações populares, não se deve empregar o homem e o cão isoladamente, além de não deixar explodir bombas de efeito moral muito perto dos animais. Somente será empregada a tropa de cães depois de malogrados todos os recursos policiais pacíficos e nunca deverá se empregar número excessivo de cães ou usar animais soltos. Para isto, devem ser usadas guias longas em detrimento das curtas e intercalar se possível, fêmeas entre os cães machos.

Já para o faro de entorpecentes, o cão empregado nesta importante atividade, a qual os animais desenvolvem muito bem, auxilia demasiadamente o trabalho do policial militar. Isto, devido as milhões de células olfativas dos cães que, treinados nesta atividade, conseguem localizar entorpecentes com muito mais facilidade que o homem, principalmente em locais de difícil acesso.

Importante se faz ressaltar que, em momento algum do treinamento de faro de entorpecentes, o cão entra em contato direto com a droga, apenas lhe é oferecido o cheiro da substância a ser procurada. Diferentemente da captura, em que é necessário apresentar ao cão um guia olfativo a ser capturado, no faro de entorpecentes o cão já sabe o que deverá procurar/localizar após o devido comando. A seleção de um cão para esta atividade requer entre outros fatores, muita atenção e tranquilidade, pois o futuro cão de faro de entorpecentes deverá ser um cão atento, detalhista e muito alegre. As raças mais utilizadas atualmente para esta atividade são: Pastor Alemão, Labrador, Pastor Belga Malinois.
Outra questão muito interessante, importante e diretamente ligada à atividade de Canil, é o Uso Seletivo da Forma de Emprego do Cão. Isto porque, o Uso Diferenciado da Força, para esta atividade, está atrelado ao nível de resistência apresentado pelo infrator, conforme a atual legislação em vigor. Os níveis de força apresentados farão com que o policial selecione a forma de emprego do cão, ou seja, que este a utilize da forma mais adequada ao nível de resistência apresentada, sendo que o cão pode ser entendido como um Instrumento de Menor Potencial Ofensivo.

Postado originalmente por: Portal V9 – Vitoriosa

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