Foto/Jairo Chagas
Portando faixa e cartazes, compradores de unidades habitacionais do Residencial Maria Barbosa cobram respostas da Caixa
Compradores de unidades habitacionais no Residencial Maria Barbosa ainda têm o sonho da casa própria como um pesadelo. No início desta semana, eles fizeram manifestação em frente à Caixa Econômica Federal da avenida Prudente de Morais, reivindicando que, pelo menos, sejam informados em que pé está a situação da obra, que se encontra paralisada desde novembro de 2019, sendo que a previsão de entrega era para dezembro do mesmo ano.
Segundo a mutuária Créia de Almeida, que estava na manifestação, uma das cláusulas do contrato afirma que, para prorrogação de até 180 dias da construção, seria necessário informar os compradores, o que não ocorreu. “Quando foi dezembro de 2019, eram para ter sido entregues as casas lá, mas não foram, e existe uma cláusula no nosso contrato que afirma que pode prorrogar por mais 180 dias se comunicar os compradores. Não fomos informados”, relata.
São mais de 50 pessoas que fizeram o financiamento pela Caixa, das quais 43 lutam ativamente para obter, pelo menos, informações sobre como estão os processos. “O que acontece é que até hoje a gente não tem resposta. Quando foi mais ou menos em agosto, a Caixa recebeu a gente na agência da Prudente de Morais. Veio o superintendente da Caixa, que pediu para a gente criar um e-mail, falando tudo o que estava acontecendo, mas não houve resposta. Esse tempo todo a gente tem tentado soluções”, afirma.
Créia conta, ainda, que descobriu não haver esgoto no residencial e, ao fazer uma denúncia no Ministério Público, foi informada que já havia uma outra e, por isso, a denúncia dela seria anexada à já existente. “Eu entrei em contato com o Ministério Público, pedi uma resposta, que só veio depois de muita insistência, e foi uma resposta bem vaga. Foi informado que foi dado prazo para o senhor Agair resolver a situação do residencial. Agair é o ex-esposo da proprietária do terreno onde está o loteamento. E ele foi de representante numa audiência do Ministério Público, da qual a gente não ficou sabendo”, relata.
Ainda segundo Créia, o seguro do residencial venceu em agosto do ano passado e os compradores não são informados se foi acionado ou não, nem mesmo sobre quem era a seguradora da obra. As movimentações desta semana também não surtiram efeitos, já que a compradora afirma não ter nenhum retorno sobre a situação da casa. Até o ano passado, já tinham sido pagos cerca de R$27 mil à construtora Castroviejo.
Caixa diz que nova construtora será contratada no 2º semestre deste ano
A equipe do Jornal da Manhã entrou em contato com a Caixa Econômica Federal para saber o que tem travado a construção da obra, além de tentar entender o porquê da falta de comunicação com os compradores. Segundo a instituição, o Residencial Maria Barbosa, localizado em Uberaba, teve a obra paralisada pela Castroviejo Construtora Ltda, responsável pelo empreendimento. Diante disso, o seguro foi acionado e teve o sinistro reconhecido pela seguradora, que atualmente está em fase de validação do orçamento para prospecção e contratação da construtora substituta, o que deverá ocorrer no segundo semestre 2021. Ainda segundo a instituição, a empresa que deu causa à paralisação, bem como seus sócios, está impedida de contratar novas operações com o Banco.
Também foi contatada a Prefeitura de Uberaba, porém, até a edição desta matéria não houve retorno. O espaço permanece aberto a manifestação.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba