Com as novas diretrizes para o VAR, objetivo dos árbitros e assistentes de vídeo é tomar a decisão mais acert
A Comissão de Arbitragem da CBF realizou nessa quarta-feira (5) mais um dia de treinamentos para o VAR. As atividades contam com a supervisão constante do gerente técnico do VAR, Péricles Bassols, que trata com os profissionais da evolução da ferramenta para o futebol brasileiro.
Os árbitros e assistentes de vídeo recebem aulas teóricas com os instrutores, por meio da apresentação de situações reais de jogo em partidas nacionais e internacionais, e põem os conceitos em prática em dois locais: no Clube da Aeronáutica (CAER), onde são conduzidos os treinamentos de campo, e nas VORs (VAR Operation Room), cabines localizadas no Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB). As simulações de intervenção são cronometradas e têm por objetivo aliar a aplicação exata da regra no menor tempo possível.
Para o ano de 2023, a revisão do VAR nos estádios conta com um novo elemento visando a transparência e rapidez para o torcedor: a decisão tomada pelo árbitro da partida será comunicada em áudio para todos os presentes na partida, e o vídeo referente ao lance analisado será disponibilizado no telão do estádio.
“As mudanças vão ao encontro de um pedido do presidente Ednaldo Rodrigues e do presidente Wilson Seneme com relação à transparência da ferramenta. No ano passado, a gente já expunha depois dos jogos os vídeos e áudios das decisões do VAR, no sentido de transparecer as nossas decisões e o que o VAR tinha decidido para chegar a uma reforma da decisão ou à manutenção da decisão de um árbitro de campo. Agora essa transparência ganha mais ferramentas: a ferramenta do vídeo no telão do estádio da revisão que está sendo feita ao vivo no campo na área de revisão e, ao término dessa revisão, o anúncio de áudio para todo o estádio”, explicou Péricles Bassols.
“A gente aqui vai conduzir de maneira que o estádio saiba o que foi decidido ao final com maior rapidez, porque em geral o público que está na TV em casa assistindo tem acesso a essa informação de maneira mais limpa. Vamos tentar, com essas novas atitudes, trazer também para o público do estádio, uma velocidade maior na no entendimento do que foi decidido no campo de jogo”, afirmou.
Entre os 84 profissionais da arbitragem selecionados para a primeira turma, são 24 árbitros e assistentes de vídeo, que passam pelos dois locais durante a preparação. No CAER, a operação do VAR ocorre dentro de um contêiner amparado com a ferramenta do VAR, no qual os árbitros tomam as decisões em tempo real. No CEAB, a aplicação dos conceitos acontece com a revisão de lances de partidas passadas.
A árbitra assistente de vídeo Amanda Matias, da Federação Paulista de Futebol (FPF), valorizou a importância da troca de informações e experiências com seus colegas de VAR e elogiou as mudanças promovidas para esta temporada do futebol brasileiro.
“É sempre muito importante a convivência com árbitros de elite, árbitros de outros estados, para que a gente alinhe um conceito e trabalhe todos na mesma linha. Através de vídeo-teste, treinamento físico e prático, a gente consegue alinhar todos através de um alto rendimento”, disse.
“(As mudanças) são sempre muito benéficas quando as orientações são bem alinhadas. A gente trabalhar conceitos, através de uma linha de intervenção que seja igual, de conceitos firmes, que a gente consegue manter uma decisão e um conceito rigoroso, através do que a nossa comissão pede, trabalhando em conjunto, é sempre algo muito benéfico.”, ressaltou.
A preparação do VAR continua na próxima semana, com realização da pré-temporada para o restante dos árbitros selecionados. Ainda antes do término das atividades, Péricles Bassols espera um desempenho de alta qualidade da arbitragem brasileira.
“A expectativa é máxima de que a gente consiga colocar as diretrizes que estamos impondo aos árbitros nesse treinamento. Que elas sejam aplicadas no campo de jogo durante os nossos campeonatos e que, através delas, a gente leve mais justiça ao jogo. O VAR já está aí pra isso. Que eles executem as orientações que nós damos em sala de aula e os trabalhos que estão sendo feitos em simulador e auditório, para que o nosso campeonato flua com o máximo de justiça possível e transparência também”, concluiu.
