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Com queda em vazão do rio Uberaba, Codau já se prepara para antecipar a entrada em operação da transposição do rio Claro. O sistema normalmente é acionado no início de agosto, porém o nível do rio Uberaba teve redução drástica nos últimos 15 dias e demandou medidas emergenciais para assegurar o abastecimento da cidade.
Em entrevista à Rádio JM na manhã deste sábado (24), o presidente da Codau, José Waldir de Sousa Filho, posicionou que a vazão do rio Uberaba caiu de 5 metros por segundo para 2,6 metros por segundo em 15 dias. Ele explica que a média era de 7,6 metros por segundo em abril do ano passado.
“Temos informação que a seca pode ser histórica e bem intensa. Por isso, estamos nos preparando para colocar a transposição do o rio claro em operação mais cedo que o normal”, manifesta.
O dirigente da autarquia afirma que normalmente só é necessário recorrer à água do Rio Claro no fim de julho ou início de agosto, quando o município entra no período mais crítico da estiagem. Porém, a ausência de chuvas no momento levou à situação de alerta quanto ao abastecimento.
“Estamos monitorando [a vazão do rio Uberaba] Se chegar abaixo de 2 metros por segundo, temos que estar prontos para ativar o sistema de transposição do rio Claro. A equipe de engenharia está se preparando”, pondera.
Paralelo à montagem do sistema de transposição, José Waldir informa que outras medidas emergenciais estão sendo estudadas pela equipe técnica da Codau para assegurar a manutenção do abastecimento de água nos próximos meses.
Uma das ações seria a contratação de tanques poliméricos para instalar temporariamente em pontos estratégicos nas regiões mais altas da cidade para permitir que a água chegue nas residências. A estrutura seria colocada em nível do solo e estaria interligada sistema de distribuição.
Segundo José Waldir, os tanques poliméricos seriam uma alternativa aos tanques metálicos, que demandam mais tempo para construção. Ele explica que cada tanque teria capacidade de 10 mil a 20 mil litros.
“A engenharia está estudando quantos seriam necessários e se conseguimos contratar isso para essa seca […] Não dá tempo de fazer construção de novos reservatórios metálicos. Não dá tempo nem de fazer licitação para ficar pronto em agosto e setembro. Em tão pouco tempo não dá tempo de fazer nenhuma obra”, acrescenta.
Além do aumento emergencial da reservação, o presidente da Codau pondera que manobras como o uso de bypass – desvio hidráulico – entre os reservatórios, abastecimento direto da ETA (Estação de Tratamento de Água) e rodízios no fornecimento podem ser adotadas este ano no período mais crítico da seca.
A autarquia também prepara uma campanha de conscientização para a economia de água. Por enquanto, não se cogita a aplicação de multas por desperdício, mas a medida não está descartada se a crise hídrica se intensificar nos próximos meses.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba