Com crise da suspensão de contrato, Nutriplus demite quase 100 merendeiras em Uberaba

Uma onda de desemprego foi gerada na cidade no início desta semana. Merendeiras terceirizadas das escolas municipais de Uberaba foram demitidas pela empresa responsável, a Nutriplus. A situação difícil se prolongava desde o início da pandemia, quando as aulas foram interrompidas e o contrato suspenso, com isso a empresa começou a atrasar os pagamentos e os direitos trabalhistas, como foi noticiado pelo JM Online. 

Conforme uma funcionária da empresa, ela recebeu o aviso prévio do empregador para dispensa, sendo ele de 72 dias e indenizado. Conforme o documento, que a reportagem teve acesso, o pagamento dos valores da rescisão está programado para o dia 24 deste mês. "Três meses sem salário e ontem (dia 15), a Nutrilpus mandou todas as funcionárias embora. Estávamos sem nenhuma satisfação e agora isto!", desabafou. A questão vem gerando inúmeros problemas financeiros e dificuldades para as merendeiras, que inclusive deixaram de receber a cesta para a alimentação básica. 

Acionada pela reportagem, a empresa confirmou que, frente a realidade de incerteza do retorno das atividades presenciais nas unidades de ensino, desligou de seu quadro de colaboradores 96 merendeiras. Ainda segundo a empresa, ela tem um período de 10 dias para acertar as verbas rescisórias. Questionada se há dinheiro em caixa para arcar com todas essas despesas, considerando que não houve faturamento no último ano, a Nutriplus não se posicionou. 

“A Nutriplus paralisou o fornecimento da alimentação aos estudantes da cidade no mês de dezembro de 2.019, ou seja, há 15 meses, tendo em vista o recesso escolar e, posteriormente, a Pandemia do Coronavírus. Com isso, não houve faturamento desde então e mesmo com essa paralisação, a empresa manteve os pagamentos que eram de sua responsabilidade, pois acreditava que as aulas retornariam, mesmo que gradativamente, o que não ocorreu”, pontuou a assessoria da empresa em nota.

A secretária de Educação foi informada por telefone pela coordenadora da Nutriplus da rescisão dos contratos de merendeiras. A reportagem perguntou se há algo que possa ser feito para auxiliar essas mulheres. “Como o contrato está suspenso, a PMU não tem como intervir na empresa. Mas a secretária de Educação solicitou à Nutriplus que faça o acerto dos profissionais dispensados, ou seja, que sejam pagos os direitos trabalhistas de todos”, pontuou a secretaria através de nota. 

O contrato entre a Prefeitura e Nutriplus, apesar de suspenso desde o ano passado, estava válido até o dia 28 de fevereiro de 2021, quando venceu. Contudo, a Secretaria de Educação informou que o contrato foi aditivado até fevereiro de 2022. Mas, lembrou ainda que seguem suspensos os pagamentos à prestadora de serviço.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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