Com alta expressiva, IGP-M deixa de ser usado para reajustar aluguéis

Foto/Jairo Chagas

Casas mais antigas e sem reformas têm dificuldade de ser alugadas e se torna impossível aplicar variações previstas pelo IGP-M

Embora IGP-M, índice que reajusta o aluguel, tenha fechado o ano com alta acumulada de 23,14%, mercado imobiliário uberabense segue a ordem natural da oferta e da procura.

Segundo Leandro dos Santos Souza, da Imobiliária Visão, o mercado registra grande procura por imóveis recém-construídos e também em condomínios fechados por famílias. Isto faz com que os preços destes imóveis sejam reajustados, dentro do índice do IGP-M. Já imóveis mais antigos e que não passaram por reformas, a tendência é uma maior dificuldade de alugá-los. Consequentemente, os valores dos aluguéis são mantidos e até reduzidos. “A negociação obedece a ordem natural da oferta e da procura”, diz.

Além disso, ele acredita que a quantidade de imóveis desocupados é decorrente da pandemia, já que há uma população flutuante de estudantes de outras cidades em Uberaba. Segundo ele, as mudanças que vieram com a chegada do novo coronavírus, muitos universitários optaram por devolver os imóveis e retornar às cidades de origem, onde acompanham as aulas pelo ensino remoto. “E isso impactou o mercado”, reconhece. No entanto, ele acredita que para o ano novo este cenário pode ser revertido, com a retomada das aulas presenciais nas universidades.

Por outro lado, ele afirma que o mercado continua aquecido, com contratos sendo fechados com empresas. O corretor mobiliário informa ainda que muitas asseguram o pagamento das correções do IGP-M, para garantir o ponto comercial. 

Índice de 2020 é três vezes maior que a variação registrada em 2019

A alta do IGP-M, de 23,14%, é três vezes maior que a registrada em 2019, quando o acumulado do ano foi de 7,31%. É também o maior avanço acumulado dos últimos 12 anos e a taxa mais alta desde 2002, quando o IGP-M subiu 25,31% no período. Grandes empresas imobiliárias do país, que trabalham com a compra de imóveis, anunciaram que vão deixar de usar o índice para reajustar os contratos de aluguel. Algumas já reajustam, desde o dia 30 de novembro, os valores de aluguel pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Neste caso, a meta central de inflação do governo para os preços ao consumidor é de 4% em 2020, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. 

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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