Com 5 alunos matriculados, Escola rural de Alpinópolis volta a funcionar

Depois de ficar fechada por um período superior a cinco anos, fato que gerou polêmica recentemente em Alpinópolis, a Escola Municipal Mariana Cândida de Ávila, situada no bairro rural da Prata, voltou a funcionar nesta quinta-feira, 5.

Questionamentos sobre o motivo da paralisação das atividades no local já haviam sido feitos anteriormente, já que o prédio passou por obras e recebeu investimentos de quase R$200 mil. Porém, o debate foi intensificado no último mês de maio, quando o Departamento Municipal de Educação e Cultura (Demec) anunciou que, mesmo com as obras concluídas, a escola não funcionaria, por falta de alunos.

O assunto foi abordado pela Câmara Municipal, onde, à época do comunicado da administração, falou-se em mau uso de dinheiro público e foram exigidas explicações por parte do Executivo. Os vereadores reclamantes se embasavam em um relatório, produzido pelo próprio Demec. No qual era informado que não seriam retomadas as atividades devido à ausência de interesse por parte dos responsáveis em matricular os filhos na escola em questão.

De acordo com o órgão, os pais de estudantes do bairro Prata e redondezas, em sua maioria, optaram por não efetivar a matrícula. Preferindo que os alunos continuassem frequentando as escolas da zona urbana, como vinha ocorrendo nos últimos anos.

Como o número de alunos não alcançaria um total de 18 – mínimo então exigido pela Superintendência Regional de Educação (SRE-Passos) para que a instituição funcionasse – as aulas não tiveram início.

No mês de março, alguns membros dessa comunidade rural, tentando fazer com que a escola fosse reativada. Sugeriram ao Demec que proibisse o uso do transporte escolar pelos alunos residentes no local, forçando, assim, que as matrículas fossem realizadas e houvesse a consequente volta das atividades pedagógicas na instituição.

No entanto, o Conselho Municipal de Educação, consultado sobre o pedido formulado, refutou a possibilidade de interrupção do transporte para os referidos estudantes. Foram feitas, ainda, outras tentativas visando conseguir os alunos – por meio de divulgação em rádio, comunicados durante celebrações na capela do bairro, bilhetes enviados aos responsáveis –, porém, sem sucesso.

Diante do impasse, a bancada de oposição da Câmara Municipal solicitou que a administração respondesse a alguns questionamentos. Como o que seria feito com o prédio, por exemplo, já que as aulas não seriam ministradas no local. Levantou também a questão dos recursos investidos na obra – tanto federais quanto municipais –, pois isso configuraria falta de planejamento e má aplicação de dinheiro público, o que, em tese, acarretaria punições aos responsáveis.

O nosso questionamento era que, se havia sido investido um montante de quase R$200 mil e a escola não voltaria a funcionar, mesmo depois de quatro anos em obras, isso mostraria uma gritante falta de planejamento educacional e, ainda, má aplicação do dinheiro público”, declarou o líder da oposição no Legislativo, o vereador Rafael Freire.

Contudo, após três meses, o Demec anunciou que a escola voltaria a funcionar.

Segundo a administração, em um esforço que contou com o respaldo da SRE-Passos, as aulas foram retomadas com apenas cinco estudantes, que frequentarão uma turma multisseriada com alunos de 1º e 3º anos do ensino fundamental. As classes multisseriadas são uma forma de organização de ensino na qual o professor trabalha, na mesma sala de aula, com várias séries simultaneamente.

Ainda conforme apontou o Demec, houve envolvimento do Ministério Público na tomada dessa decisão e o posicionamento da SER-Passos foi de fundamental importância, já que a exigência do número de alunos foi diminuída de 18 para cinco.

A SRE, como sempre nos orientando, autorizou a abertura mesmo com um número restrito de alunos com o objetivo de oportunizar a oferta do ensino na localidade para atrair os alunos e seus responsáveis. A reabertura da escola deu-se de uma somatória de esforços entre município, Ministério Público local e Superintendência Regional de Educação”, declarou a administração à reportagem.

O Demec também comunicou que, para atendimento na escola, estarão disponíveis uma professora e uma cantineira. Os alunos terão aulas de Educação Física e acompanhamento pedagógico com um professor e uma supervisora que fazem rodízio nas escolas municipais rurais.

 

 

Via Folhadamanha

 

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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