Custo dos alimentos considerados essenciais aumentou 4,68% em novembro, revela pesquisa do Dieese
O preço da cesta básica em Belo Horizonte registrou a maior elevação entre as capitais brasileiras no mês de novembro, de acordo com a pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Entre os meses de outubro e novembro, o valor da cesta básica na capital mineira subiu 4,68%, sendo calculada em R$ 693,37.
Na comparação com o mesmo período de 2021, o preço da cesta básica cresceu 16,54%; e no acumulado do ano, a variação é de 14,58%. Esse valor (R$ 693,37) equivale a 61,85% do salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social. Isso representa um aumento de 2,77 pontos percentuais (p.p) frente a outubro (59,08%) e de 3,38 p.p., se comparado a novembro do ano anterior.
Considerando o salário mínimo líquido, em novembro de 2022, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 61,85% da remuneração para adquirir os produtos de uma cesta básica. Em outubro de 2022, o percentual havia sido de 59,08% e, em novembro de 2021, de 58,47% do salário mínimo vigente naquela data, no valor de R$1.100,00.
O economista supervisor do Dieese, Fernando Duarte, destaca que entre os 13 produtos analisados, nove sofreram alta durante o período, com destaque para os hortifrútis: tomate (27,86%), batata (16,75%) e banana (9,4%). Os demais produtos que apresentaram aumento durante o mês de novembro foram: manteiga (8,90%); óleo de soja (3,34%); arroz (1,65%); carne (0,89%); açúcar (0,60%) e o pão de sal (0,06%).
Por outro lado, quatro produtos da cesta básica apresentaram queda: feijão (-4,22%); leite (-2,65%); café (-0,76%) e farinha de trigo (-0,48%). Mas o economista explica que essas reduções não são suficientes para uma queda no preço da cesta básica na capital mineira.
Já no acumulado de 12 meses, dez produtos sofreram com a inflação em seu preço médio. São eles: banana (87,72%); batata (55,41%); leite (36,74%); café (32,34%); manteiga (31,40%); farinha de trigo (26,86%); pão de sal (18,16%); feijão (9,36%); tomate (3,51%); e a carne (1,77%). Duarte ressalta a queda, no acumulado, dos valores do açúcar (-2,05%) e do óleo de soja (-1,59%). Outro produto que também sofreu redução foi arroz (-0,46%).
A pesquisa também revelou que, para adquirir os produtos da cesta básica, um trabalhador que more em BH e receba salário mínimo (R$ 1.212,00) precisa trabalhar 125 horas e 52 minutos. Esse cálculo é para novembro deste ano. O tempo necessário no mês anterior era de 120 horas e 14 minutos, e, em novembro de 2021, de 118 horas e 59 minutos.
O economista explica que é difícil afirmar se haverá uma tendência de subida ou queda na cesta básica para o mês de dezembro. Afinal, para que essas variações ocorram, é preciso uma série de fatores como o valor do dólar – que interfere no preço dos produtos agrícolas -, e dos combustíveis, que interferem nos custos do transporte. Ele conta que existem produtos que podem apresentar certas tendências de alta devido aos períodos de chuva, mas, no geral, é difícil fazer uma projeção.
As informações são do Diário do Comércio.
Foto: Charles Silva Duarte.