Cai a intenção de investimentos da indústria mineira

Indicador divulgado pela Fiemg registrou 54,9 pontos em fevereiro e é o menor resultado para o mês desde 2018

O indicador de intenção de investimentos da indústria mineira registrou 54,9 pontos em fevereiro e é o menor resultado para o mês desde 2018. Isso representa um recuo de 1,4 ponto na comparação com o mês anterior e de 4,8 pontos frente ao mesmo mês em 2022. É o que apontam os dados da Sondagem Industrial divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

A economista da Fiemg, Daniela Muniz, explica que um dos principais motivos para essa menor perspectiva do setor industrial mineiro é o atual período de desaceleração da atividade e de alta na taxa de juros, além do clima de incerteza em relação à atuação do governo federal quanto às contas públicas do país e de como será o novo arcabouço fiscal.

Ela relata que esse clima de incerteza sobre as políticas fiscais faz com que os industriais adotem uma postura mais cautelosa quanto aos investimentos. Na visão da economista, essa hesitação só diminuirá se os empresários perceberem que as políticas adotadas pelo governo trarão resultados como a redução da taxa de juros e da inflação.

Queda da produção em janeiro

O índice de evolução da produção ficou em 44,6 pontos em janeiro e isso significa uma redução da atividade no setor industrial em Minas. Esse foi o quinto mês consecutivo em que o indicador apresentou queda. Porém, superou o índice registrado em dezembro (43,4) e teve crescimento de 3,8 pontos na comparação com janeiro do ano passado (40,8).

Quanto aos motivos dessa redução no primeiro mês de 2023, Daniela explica que se trata de uma realidade comum para este período do ano. Segundo a economista, a produção do setor industrial alcança seu pico entre os meses de setembro e outubro, visando as vendas de final de ano e, após esse período, a tendência é de queda nas atividades.

Mesmo com a redução na produção, os estoques de produtos finais das indústrias fecharam o mês em expansão, com o indicador registrando 53,3 pontos. Esse nível de estoque está acima do planejado (51 pontos) e sugere que a demanda por bens industriais foi inferior à esperada em janeiro.

A economista da Fiemg lembra que essa demanda mais fraca também pode ser apontada como um dos motivadores da redução das atividades. Ela explica que essa baixa demanda, por sua vez, é causada pela alta da inflação e da taxa de juros.

Assim como no caso da produção, o indicador de evolução do número de empregados também apresentou recuo, o terceiro consecutivo, ficando com 48,6 pontos no primeiro mês do ano. Esse resultado é 0,5 pontos acima do alcançado em dezembro e iguala o indicador de janeiro de 2022.

Outro índice que também ficou abaixo dos 50 pontos foi o de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual (43,3 pontos), representando uma operação com capacidade produtiva inferior à habitual para o mês. O índice diminuiu 1,3 pontos frente a dezembro, mas cresceu 3,1 pontos na comparação com janeiro do ano anterior. Esse resultado supera a média histórica (41,7) por 1,6 pontos.

Expectativas em fevereiro

A Sondagem Industrial revelou ainda que as expectativas para os próximos seis meses avançaram em fevereiro. O índice de expectativa de demanda alcançou 56,3 pontos no mês, o menor para o mês desde 2017. Essa é a 32ª vez seguida que o indicador aponta para uma perspectiva de expansão da demanda nos próximos seis meses.

O índice de expectativa de compra de matérias-primas marcou 55,3 pontos em fevereiro deste ano. Isso revela uma perspectiva de elevação das compras de matérias-primas no curto prazo. O resultado ficou 1,5 ponto acima do índice de janeiro e 0,5 ponto a mais que o registrado no mesmo mês de 2022.

Enquanto o indicador de expectativa de número de empregados mostra que os empresários do setor esperam por uma evolução do emprego nos próximos seis meses. O índice fechou o mês de fevereiro com 54,3 pontos, representando um crescimento de 3,1 pontos frente a janeiro e um aumento de 1,2 ponto na comparação com fevereiro do ano passado.

As informações são do Diário do Comércio.

Foto: Arnaldo Alves / reprodução.

 

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