Após fim de semana com pelo menos duas festas clandestinas serem interrompidas pela fiscalização municipal, a prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) promete endurecimento das regras e também das multas daqui para frente. Com vigência até esta semana, o atual decreto municipal, 222/21, deve sofrer algumas alterações para punir de forma mais exemplar quem insiste na desobediência às normas de biossegurança para conter o avanço da Covid-19 em Uberaba.
Em entrevista à Rádio JM, no programa “Pingo do Jota”, Elisa comentou sobre o que chamou de cansaço da população em ficar presa dentro de casa por conta da Covid-19.
“A gente fala hoje com uma população que está cansada de ficar presa dentro de casa. No ano passado houve um período muito longo de privação de muitas empresas de funcionar. Isso causou um trauma muito grande. Então, no momento em que nós vivemos a pior fase da contaminação dos índices da Covid, nós temos a população extremamente traumatizada”, avalia ela, que aposta na conscientização das pessoas para que a doença seja contida.
“Não adianta a Prefeitura emitir decretos, proibir e atuar em medidas bastante restritivas se as pessoas não tiverem a consciência de que elas têm que fazer a parte delas. Então, quando a gente fala de decreto, muitas vezes a gente fala em alguma ação para atuar no comportamento das pessoas. É preciso que todos tenham a consciência de que realmente somos todos responsáveis pela contaminação. É muito importante a gente fazer estudo comportamental para balizar a tomada de decisões, inclusive de decretos ou de qualquer outra atuação do município”, pondera Elisa, acrescentando que, mesmo com os decretos, “ainda existem aqueles que vão lá e se reúnem dentro das suas casas, dentro de chácaras, e isso é muito ruim porque não vai ter decreto que impeça as pessoas de se reunirem”, desabafa, citando a verdadeira guerra que não só Uberaba, mas o mundo todo enfrenta contra a Covid-19.
Questionada, a prefeita também abordou a possibilidade de flexibilização de algumas regras, sobretudo para atender ao setor de bares e restaurantes. Segundo Elisa, a administração agora trabalha para distinguir e prestigiar aqueles que estão seguindo as regras em detrimento dos que não. “É muito importante a gente valorizar aqueles que estão trabalhando corretamente. Eu entendo que flexibilizar ou não, a gente vai ter que decidir isso aqui no comitê. Nós estamos estudando, trabalhando, dentro desse alinhamento, porém muitos restaurantes e até bares estão funcionando de maneira correta. Muitos donos de buffet estão funcionando como restaurante também e vários deles foram prejudicados”.
Elisa reconhece que muitos estão “pagando a conta” de poucos que tentam burlar as determinações municipais, que é uma das grandes ponderações apresentadas pelo setor durante a pandemia. “São pessoas que estão extremamente prejudicadas do ponto de vista financeiro e muitas vezes trabalharam corretamente e pagaram por aqueles que não estavam trabalhando corretamente. Nós estamos estudando maneiras de valorizar aqueles que estão trabalhando corretamente ou que estavam trabalhando corretamente, para que eles possam, mesmo que pingar o faturamento, mas que tenham a sua possibilidade de trabalhar. Claro que nós temos que pensar sempre e analisar os números, analisar o comportamento das pessoas, porque nós estamos enfrentando uma guerra. A gente não tem braço para fiscalizar todo mundo e, portanto, nós estamos contando com a consciência de todo mundo”, afirma ela.
E para chegar ao objetivo, um dos caminhos é ter “o bolso dolorido”. Levantada a possibilidade de que medidas mais enérgicas sejam tomadas contra os infratores, com punições mais exemplares, Elisa confirma essa necessidade. “Para as próximas semanas nós estamos estudando medidas mais, vamos dizer assim, doídas no bolso daqueles que infringirem o decreto. Porque realmente é muito complicado que aqueles que estão trabalhando correto pagarem por aqueles que não estão trabalhando corretamente. No início das fiscalizações, houveram exemplos que foram abordados, donos dos eventos, que já colocavam o valor da multa no seu convite. Isso é um absurdo! É muita falta de consciência, uma pessoa que faz uma coisa dessa realmente não está sensível à situação que nós estamos vivendo e é muito grave isso”, finaliza.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba