O Cruzeiro segue sem vencer com Felipe Conceição. Depois de empatar com o Uberlândia, foi derrotado para a Caldense por 1 a 0, no Mineirão. Novamente empilhou chances perdidas (foram 17 finalizações). Mas, desta vez, com um futebol menos vistoso do que no último fim de semana. Qualquer oscilação neste momento é normal, seja do coletivo ou de algumas peças. São 18 dias de trabalho, uma filosofia completamente diferente da implementada anteriormente e em apenas dois jogos.
A Caldense é mais organizada do que o Uberlândia. Ou, ao menos, foi assim diante do Cruzeiro. Sabendo do estilo de jogo de Felipe Conceição, não jogou totalmente recuada, tentou dificultar a saída cruzeirense e, quando descia as linhas, mantinha Amarildo – e algumas vezes até mais um homem – próximo a Manoel e Ramon.
Com esses jogadores próximos à defesa, a última linha compactou pouco com o trio de meio, que também estava espaçado. Matheus Neris sozinho à frente da zaga, com Matheus Barbosa e Marcinho espetados demais nos extremos. Por dentro, praticamente não se criou.
E os dois que jogavam mais abertos também pouco auxiliaram laterais e homens de beirada. Felipe Augusto e Ruschel, inclusive, tornaram o lado esquerdo praticamente inexistente.
A falta de compactação do meio deixou espaço para Bruno Oliveira e David Lazari, que tomaram conta do setor. As tentativas de marcação alta sobre a zaga da Caldense também foram quase todas frustradas. Sair para o vestiário com só um gol de desvantagem foi lucro, ainda que Pottker e Manoel tenham desperdiçado boas chances.
Adriano e Claudinho voltaram do vestiário e ajudaram a bola a passar mais pelo centro, mas a falta de compactação seguiu. Na metade final do segundo tempo, a Caldense recuou, e o Cruzeiro conseguiu crescer. Teve volume, principalmente pelos lados, com Airton, e presença de área, com Thiago.
No fim, empilhou chances que seriam suficientes para um empate. Mas, estrategicamente falando, a Caldense teve um jogo que funcionou melhor. O gol e a vitória não saíram por acaso.
Felipe Conceição ainda fará ajustes nesse time, sem dúvida alguma. O meio-campo era o setor que sobressaía no Guarani e no América-MG treinados por ele, que também buscava o jogo ofensivo nessas equipes. É preciso ter paciência para ajustar o modelo de jogo. Felipão jogava para não tomar gol e mais buscava controlar o ritmo do jogo do que colocar intensidade nele. Mesmo assim, tinha um meio aberto e sofria na compactação.
Mudar a mentalidade de quem estava no time em 2020 demandará tempo. Inserir quem chega, também. Contratações terão viés natural de crescimento, à medida em que o coletivo também se ajustar. Mas jogadores como Airton e Adriano mostram, em cartões de visitas a Felipe Conceição, que remanescentes de 2020 também merecem olhar atento.
Por Guilherme Macedo- GE
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Postado originalmente por: Minas AM/FM