Em Uberaba, duas agências do Banco do Brasil estão previstas para encerramento de atividades – as dos bairros Abadia e Boa Vista (Foto/Israel Junior)
Banco do Brasil deve fechar duas agências em Uberaba. A possibilidade está na reestruturação anunciada na segunda-feira (11) pela instituição financeira, em nível nacional, que também envolve um Plano de Demissão Voluntária (PDV), cuja meta é demitir 5 mil funcionários em todo país. A reorganização da rede de atendimento tem como objetivo, segundo o Banco do Brasil, uma economia de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Uberaba, Diego Bunazar, o plano de reestruturação atinge em cheio o município, pois no prazo de um mês devem encerrar as atividades das agências dos bairros Abadia e do Boa Vista. A unidade da cidade de Campo Florido também está na lista de encerramento das atividades.
Para o dirigente sindical, a medida é considerada uma “verdadeira tragédia”. Segundo ele, haverá prejuízos enormes para a população de Uberaba e Campo Florido, que sempre lutaram para ter acesso a uma agência próxima das casas, comércio e serviços. Além disso, as pessoas terão menos opções de atendimento e haverá aumento nas filas das outras unidades. “Perdem também todos os funcionários, mesmo os que não tiverem redução salarial, já que a mudança irá concentrar os clientes e usuários nas outras agências, aumentando o volume de trabalho”, aponta o presidente do Sindicato dos Bancários
Diego Bunazar também denuncia que as medidas foram anunciadas pelo banco sem qualquer consulta ou diálogo com os funcionários e suas entidades representativas. “Somos totalmente contrários a esse plano, que retira do Banco do Brasil o papel de banco público, aquele que atende as diversas comunidades do país. E também porque prejudica de forma muito forte os funcionários do banco”, ressalta Diego Bunazar.
Segundo ele, a reestruturação prevê mudanças em 870 pontos de atendimento por meio do fechamento de agências, postos de atendimento e escritórios e a conversão de 243 agências em postos.
DEMISSÃO VOLUNTÁRIA
Já o plano de demissão voluntária anunciado pelo Banco do Brasil prevê duas modalidades de desligamento: o Programa de Adequação de Quadros (PAQ), para o que a direção do banco considera excessos nas unidades; e o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), para todos os funcionários que atenderem aos pré-requisitos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Uberaba, o banco também quer fazer mudanças no atual modelo e remuneração dos caixas executivos, que deixariam de ter a gratificação permanente a passariam a ter uma gratificação proporcional apenas aos dias de atuação, se houver. De acordo com ele, os funcionários dos caixas do banco estão vendo a mudança como uma verdadeira punição, uma vez que estão tendo a retirada unilateral da gratificação de função. “Mesmo batendo as altas metas do banco, estão recebendo a notícia de redução salarial”, afirma.
Para ele, o pessoal que se desdobrou nas agências para manter o atendimento durante a pandemia ou teve que fazer adaptação ao novo regime de trabalho em ‘home office’ não está tendo o reconhecimento merecido do banco. “Pelo contrário estão sendo punidos e desrespeitados por esse processo que mais parece uma desestruturação do banco”, avalia
Por outro lado, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) orientou aos sindicatos a fazerem reuniões para saber o impacto do plano nas suas bases e repasses essas informações para as federações. Na noite de segunda (11), o Sindicato realizou uma primeira reunião com os funcionários do BB para levantar mais dados sobre o tema. Nesta quarta-feira (13) haverá um encontro nacional “on line” para discutir um calendário de lutas e de mobilização dos funcionários.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba