Para frear o avanço da novo coronavírus em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou, no dia 19 de março, a suspensão definitiva das aulas da rede pública estadual, por tempo indeterminado. A medida, entretanto, já era uma realidade para 70% das escolas estaduais, desde o dia 11 de fevereiro, devido à greve deflagrada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE). Em São João del-Rei, o número de escolas da rede pública estadual que aderiram parcial ou integralmente à greve chegou a nove.
Dentre as reivindicações da categoria estão a quitação do 13º salário de 2019 e as sanções ao Projeto de Lei 1.451/2020 e a Emenda 2/2020, que oferece isonomia salarial ao funcionalismo e o pagamento do piso à educação. Antes do covid-19 entrar em cena, o Sind-UTE, inclusive previa a realização de uma Assembleia Estadual com a participação do Ato da Greve Nacional da Educação, no dia 25 de março, em Belo Horizonte.
De acordo com a Coordenadora da Subsede do Sind-UTE em São João, Janaine Carvalho Ferreira, os educadores também reivindicam o fim das políticas públicas que, de certa forma, dificultam a matrícula dos estudantes. “O governo adotou um modelo de matrícula online que nem todo mundo tem acesso”. Por essa razão, até mesmo em São João del-Rei tiveram “pais dormindo nas filas para conseguir fazer a matrículas”, acrescenta Janine.
Ao longo de um mês de negociações, o Sind-UtE tem sido recebido por uma equipe do governo para discutir as pautas, mas sem contato direto do próprio governador com o sindicato. ” A gente sabe que a greve traz transtornos. Não declaramos uma greve se o governador conversa conosco e as pautas avançam”, enfatiza Coordenadora do Sind-UTE em São João del-Rei.
GREVE EM TEMPO DE PANDEMIA
Com as medidas restritivas contra o novo coronavírus, grande parte do cronograma de assembleias do Sind-Ute foi suspenso, com foco de atuação voltado para os canais de comunicação oficiais da instituição. “Nós ficamos muito limitados, aguardando orientações dos órgãos de saúde. As atividades ficaram muito comprometidas”, reforça Janaine. Nesse sentido, o trabalho está direcionado para as redes sociais com as lives no Facebook, e com a presença de carros de som nas ruas.
As pautas levantadas pela categoria pretendem promover a reflexão e valorização da cultura e da saúde como bens públicos que devem ser priorizados pelo governo. “Nós vivemos em um país rico, mas com pessoas pobres. Quando o governo não investe nas escolas, ele tira o dinheiro dos pobres. O que queremos mostrar é que os governantes estão sacrificando o dinheiro público”, ressalta Janaine Carvalho.
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