Cidades turísticas tentam sobreviver ao Covid-19

São João del-Rei teve o primeiro resultado positivo para o coronavírus na última terça-feira, 24. A Organização Mundial Saúde (OMS) recomenda que as pessoas permaneçam em suas casas, diminuindo, assim, a propagação do vírus. Dessa forma, os trabalhadores precisaram usar da criatividade do brasileiro para conseguirem se manter e permanecer com seus ofícios. Diversos bares, restaurantes e lojas fecharam as suas portas, mas disponibilizaram serviços de entrega em casa ao consumidor. 

Marcus Fróis,  secretário municipal de Cultura e Turismo de São João del-Rei, explica que até o momento não há uma estimativa do impacto econômico que essa suspensão das atividades turísticas e comerciais trará à cidade e região. “Tivemos agora uma paralisação, então temos um problema econômico sério. Algumas pousadas tomaram a iniciativa de até dispensar funcionários e agora a tendência é que essa situação se prolongue por mais tempo e consequentemente o prejuízo econômico se eleve”, pontua. 

O secretário explica, também, que ainda não há uma previsão de retorno dessas atividades na cidade. “Eu acho que só acompanhando tudo direitinho, passo a passo e tentando resolver um dia de cada vez. Mas saber o que vai acontecer, saber quando a situação poderá ser normalizada, fica difícil da gente estimar”, acrescenta. 

DELIVERY

Edna dos Santos, desde 2003, vendia doces na Maria Fumaça. Agora, os passeios até Tiradentes estão suspensos desde o dia 15 de março. A doceira de 55 anos de idade, com clientela na cidade além dos vários turistas, teve que buscar por novas maneiras de garantir a renda familiar. Desse modo, ela e sua filha, Cláudia de 32 anos, começaram a confecção dos quitutes em casa, realizando entregas a domicílio. 

Porém, de acordo com Edna, as vendas ainda são pequenas. “Uma ou outra pessoas compra os produtos. Talvez até porque todos estão com medo desse coronavírus. Mas o nosso produto é bom. Se tem uma coisa que eu tenho muita responsabilidade é na confecção dos nossos docinhos. Usamos luvas,  máscaras, tudo como recomendado.”, explica.  

Acreditando finalmente estar estável, Edna tinha planos para abrir uma mini fábrica. Já tinha alugado um cômodo e começava a montá-la, mas esse projeto terá de esperar mais um tempo. “Depois que passar isso tudo, espero que a nossa mini fábrica seja aberta e um dia se Deus assim permitir, quero crescer financeiramente poder ajudar outras famílias, dando emprego pra tanta gente que  precisa.”, afirma. 

OUTROS CENÁRIOS

Mas e quando os serviços prestados não podem ser ofertados em delivery? Esse é o cenário na área da hotelaria. Maria Amélia Rodarte, proprietária de pousada em Tiradentes há quase 17 anos, conta que as atividades estão suspensas desde o último dia 18 e que não há previsão de retorno. “Para os últimos finais de semana de março não existem mais reservas. Estávamos com a casa cheia. As pessoas cancelaram todas as reservas de um dia para o outro.”, lamenta. 

Maria Amélia explica que já foram perdidos 3 finais de semana e que a estimativa é o prejuízo de todo o mês de abril, além da possibilidade de não trabalhar durante todas as altas temporadas do primeiro semestre de 2020. “É difícil lutar contra um inimigo invisível. Os empresários hoje se sentem de pés e mãos atadas. Não há como prever o término do vírus. A curto prazo, estamos tentando fazer o possível para manter nossos colaboradores.”, ressalta. 

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Postado originalmente por: Gazeta de São João del Rei

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