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No Hospital de Clínicas, recepcionistas, faxineiros, porteiros, copeiras, servidores clínicos, almoxarifes, administrativos entre outros ainda não receberam vacinas
Funcionários terceirizados e administrativos do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) organizam manifestação pacífica para esta terça-feira. A motivação do movimento é chamar atenção para aqueles que não receberam a vacina contra Covid-19, mesmo estando inclusos no Plano de Vacinação Nacional.
O grupo não tem vínculo político e sindical. São aproximadamente mil funcionários que não foram incluídos na lista de vacinação. Entre eles estão os recepcionistas, faxineiros, porteiros, copeiras, servidores clínicos, almoxarifes, administrativos entre outros. Conforme Luciano Henrique de Paiva, biólogo responsável pelo setor de descarte dos resíduos sólidos do HC-UFTM, os mesmos funcionários de outros hospitais de Uberaba já foram vacinados. “Temos copeiras que levam os alimentos para os quartos e ainda não foram imunizadas”, contou Luciano.
O biólogo defende a necessidade urgente da vacinação desses funcionários que, mesmo não sendo profissionais da linha de frente, acabam lidando com pessoas e materiais contaminados pela Covid-19, inclusive colocam a vida de seus familiares em risco.
Entre esses funcionários, muitos já pegaram o vírus, como é o caso do porteiro Vicente Nunes, que no começo de março perdeu os pais, o irmão e a irmã para a Covid-19. Vicente foi o único sobrevivente da família após internação de 39 dias e está afastado por tempo indeterminado. “A equipe de apoio do hospital nunca deixou de trabalhar, mas a gente trabalha apreensivo. Nos outros hospitais, todo mundo já foi vacinado, e nós, não. A gente queria entender o porquê”, questionou Luciano.
A direção do HC-UFTM, inclusive, já esteve no Ministério Público para tratar sobre a questão, porém não teve resposta, conforme Luciano. A manifestação está marcada para as 11h30 desta terça-feira. Os profissionais vestirão roupas pretas e irão “abraçar” o hospital. A intenção do grupo não é causar nenhum tumulto e nem paralisar suas atividades, mas sim chamar a atenção da Secretaria Municipal de Saúde para a causa. “Todos os nossos serviços de apoio estão sendo esquecidos”, finalizou o biólogo.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba