Deparamo-nos, na manhã de sexta-feira, próxima passada, com matéria jornalística em diário uberabense, intitulada “Colégio Cenecista Dr. José Ferreira se mantém consolidado como instituição de referência na Educação”.
A bem da verdade, a nota referida, estampa uma condição inverídica sobre a citada instituição de ensino.
O êxodo de alunos que ocorre atualmente originou-se a partir das condições de ensino oferecidas pela instituição, insatisfatórias de maneira unânime, aliado ao fato da demissão de professores competentes, prestação de serviços ineficientes aos alunos e pais, desorganização pedagógica, financeira e, administrativa total, falta de esclarecimentos ao corpo docente e discente, fatos estes que geraram insegurança absoluta a alunos, pais e, mestres.
Evidencie-se que, já não mais são 1.800 alunos no “JOSÉ FERREIRA”.
Dos 125 professores, praticamente 10% foram demitidos, só em agosto, além de muitos outros dispensados, anteriormente.
Estudos orientados ou aulas de reforço foram extintos, antes do início deste ano.
Na dança, balé e teatro foram demitidos 02 professores só este mês.
Extinguiram-se as aulas de artes, pinturas, de laboratório de química, física, biologia e matemática, para todos os alunos, principalmente os da educação infantil, esclarecendo-se que não mais existe, agora, “link” de integração entre o teórico e a prática.
O pretexto de “pandemia” é utilizado como desculpa para reduzirem-se salários, sendo também inverídica a informação de que o Sistema CNEC Home Learning foi imediatamente adequado para o “novo normal”, quando na verdade os dedicados professores é que têm se desdobrado para cobrir as diversas falhas na gestão e coordenação, sendo estes mesmos professores que agora têm seus salários comprometidos, quando não são demitidos por se recusarem à imposição de redução fora do que estabelece a legislação emergencial em vigor. Tanto é verdade que as “aulas ao vivo e gravadas” utilizam-se da ferramenta “Zoom” na modalidade gratuita, que tem como restrição uma conexão que cai a cada 40 minutos.
O que a rede “CENECISTA” oferece?
Salários pagos sempre em atraso e, a alguns professores chegou a 3 meses de, repita-se, atraso sem quaisquer justificativas. Desligamento sem pagamento integral das rescisões. Multas milionárias impostas pelo Ministério Público do Trabalho, não quitadas. Não depositam FGTS e/ou não acertam os 40 % rescisórios.
Demitem professores sem qualquer planejamento pedagógico, tanto é verdade que, ao invés de solucionar a troca discente durante o período de férias de julho, demitiram professores nos primeiros quinze dias de agosto, em plena semana de revisão e provas, sendo que algumas turmas ficam sem aulas.
No quesito ranking do ENEM, a informação passada para a reportagem não encontra respaldo na tabulação de dados feita por empresas como ZBS Consulting (https://www.zbs.com.br/enem) e Evolucional (https://enem2019.evolucional.com.br/), que também utilizaram o parâmetro oficial do INEP, ou seja, a Teoria da Resposta ao Item (TRI), não havendo comprovação de que o Colégio Cenecista Dr. José Ferreira tenha ficado em primeiro lugar, muito pelo contrário, em se considerando cortes de análise, tais como número de alunos participante por escola (acima de 10, 20, etc.) ou inclusão ou não da nota de redação, o colégio chega a ocupar até o 3º lugar em Uberaba.
Outras informações inverídicas são as de que não haveria discussão ou proposta de que outra gestão assuma a direção do colégio e a de que tal ocorrência é “juridicamente impossível”. A verdade é que houve sim reunião da APMZ com este "comitê gestor", na qual foi verbalmente informada a intenção e que seria formalizada por escrito, inclusive com respaldo jurídico que contaria com o apoio do Município (em eventual desapropriação) e do Ministério Público, ante a possibilidade de desestabilização do ensino regular no Município, do descumprimento trabalhista para com os funcionários e professores (ativos e/ou já demitidos), prejuízo às crianças, etc.
O fato real é que há sim proposta para a criação de uma mantenedora, comunitária, filantrópica e sem fins lucrativos, por pais e mestres, com retorno de diretores e ex-professores referência na instituição, com declaração de utilidade pública, bem como concessão de 20% de bolsas integrais para alunos oriundos da rede pública de ensino.
A propósito, na reportagem e em notas na imprensa a própria mantenedora CNEC confessa que, apesar do Colégio Dr. José Ferreira ser superavitário e poder se manter financeiramente sem qualquer problema, desloca os recebimentos daqui para a manutenção de outras escolas da Rede e privilegia algumas com bolsas de estudo, concentrando-as em escolas na região Nordeste, seguindo seus próprios interesses.
Não é demais relembrar que o Colégio recebeu doação de áreas públicas pelo município para a construção de sua sede em Uberaba e, como dito, vem desviando sua finalidade e descumprindo o caráter comunitário e filantrópico que deveria ser dirigido à nossa própria cidade.
O nosso e, diga-se, sempre nosso “JOSÉ FERREIRA” foi, durante décadas, referência na educação, não só no país, mas no mundo, uma vez que países desenvolvidos buscavam aqui, em Uberaba, técnicas pedagógicas.
O cuidado com que o “JOSÉ FERREIRA” no passado sempre pautou a sua gestão foi o que construiu a sua pujança, reputação e, sobretudo, sua credibilidade na educação.
A comunidade uberabense, no passado, verbalizava, com respeito e orgulho o “JOSÉ FERREIRA” que hoje não mais existe. Faz-se isso com tristeza e decepção.
Aqui há de se ressaltar que, os HERÓIS do “JOSÉ FERREIRA” têm nome e qualificação.
São eles, PROFESSOR DANIVAL e PROFESSORA MARILUCE que merecem todas as nossas homenagens, respeito, consideração e gratidão; tanto é verdade que conseguiram, sem pedir ou exigir, formar um “exército de admiradores” em cujas fileiras estamos todos nós, lutando, voluntariamente, por aquilo que é justo.
O casal citado, foi tão especial no “JOSÉ FERREIRA” que, por exemplo, além da espetacular plataforma pedagógica por eles elaborada com demais professores referência (também demitidos), onde preparava-se estudantes que objetivavam a faculdade e, com a orientação e esmero de sempre, tornavam-se profissionais brilhantes e pessoas humanizadas na essência.
Além disso, o Professor Danival e a Professora Mariluce fizeram mais e levaram a inclusão social e acessibilidade ao colégio. Como se tudo não bastasse e buscando integração de alunos e natureza, edificaram um jardim vertical onde não havia mais espaço físico, arborizaram todo o entorno público do colégio e, inacreditavelmente, criaram até lagos, interna e externamente, onde havia tamanho reduzido e, ainda mais, buscando iluminar os estudantes e sua trajetória na vida, gravaram nas paredes da instituição, ensinamentos próprios, inspirados em músicas, poetas, pensadores, filósofos, pedagogos e ícones do passado, com frases educativas, todas estas, pasmem-se, de forma injustificável, foram, literalmente, “apagadas” pela nova gestão, mas nunca da nossa memória, da “FAMÍLIA JOSÉ FERREIRA”.
Estes sim – Professor Danival e Professora Mariluce -, criadores e mantenedores também da grande obra social “Casa do Caminho”, foram e são homenageados mundo afora, pelo conhecimento, caráter pedagógico, social e pessoal, na condução do “JOSÉ FERREIRA” que tornou-se propriedade de Uberaba, sendo que, o citado casal, em consequência, agora, faz parte de nosso convite ao novo projeto, efetivo e formal, para soerguimento da combalida instituição. Eles são parte significativa da solução do problema que à toda Uberaba aflige.
Para que não possamos nos esquecer de ninguém da “Da história comunitária do Dr. José Ferreira”, nominamos, apenas e tão somente, uma figura especialíssima, para representar a todos, qual seja, agora, em homenagem póstuma, como verdadeiro patrimônio do Colégio: “O NOSSO SEMPRE QUERIDO E INESQUECÍVEL VALDOMIRO”, lamentável e injustificadamente demitido, já doente, no final da vida, pela nova gestão que se diz ser uma pessoa jurídica filantrópica e comunitária.
O fato é que, o colapso do “JOSÉ FERREIRA” existe, é notório e exige, agora que, como “fenix”, venha a instituição ressurgir das cinzas.
Façamos com que, a partir de hoje, em se reerguendo o “JOSÉ FERREIRA”, sejam todos os recursos, dali advindos, dirigidos, exclusivamente, à esta instituição específica a ser criada, por pais, mestres e ex-colaboradores, para que não se continue a dilapidação de seu patrimônio, com hipotecas civis e um passivo trabalhista considerável.
E mais, ressalte-se, por importante, que não é possível uma instituição educacional – CNEC – que obteve a gratuidade legal para não pagar Imposto de Renda entre outras contribuições, por ser filantrópica e de utilidade pública, venha agora, contemplada com a isenção bilionária, prestar tamanho desserviço à comunidade local e ao País, levando-se o “JOSÉ FERREIRA” à falência, por exclusiva má gestão.
NÃO PERMITIREMOS QUE ISTO OCORRA, JAMAIS, EM MOMENTO ALGUM!
Conclamamos aqui, em alto e bom som, a atenção de toda a comunidade de Uberaba e do nosso Prefeito PAULO PIAU, tendo em vista que o “COLÉGIO JOSÉ FERREIRA” representa um bem de “utilidade pública”, frente à educação na cidade de Uberaba e, por todo o exposto, não pode e não deve continuar a colapsar, colapsando a educação em Uberaba, levando famílias inteiras a serem privadas do ensino a seus filhos que, frente à situação atual, já suportam irreversíveis prejuízos educacionais. A instituição precisa ser devolvida aos uberabenses urgentemente.
Pedimos à CNEC, que se encontra distante dos ideais de Felipe Tiago Gomes, devolva, novamente aos uberabenses, a instituição de ensino comunitária aqui criada e doada graciosamente à Campanha. Esses uberabenses citados, representando todos os demais, como de sabença geral, conduziram e elevaram a padrão de excelência educacional e comunitária de uma das maiores instituições de ensino do Brasil, por mais de 50 anos de trabalho, e saberão muito bem, a convite dos pais e responsáveis, reerguer o ensino novamente, libertos de Brasília.
Libertas Quae Sera Tamen.
URGE QUE AS PROVIDÊNCIAS SEJAM TOMADAS. JUNTOS, SOMOS FORTES!
Uberaba (MG), 31 de agosto de 2020.
APMZ – Associação de Pais, Mestres e, Ex-Alunos do Zezão
"Por mais árduos e ásperos que sejam os caminhos até as estrelas, um dia lá chegaremos!"
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba