Reforço de combate ao Aedes aegypti em Minas Gerais

Drones irão mapear e monitorar locais de difícil acesso e aplicar larvicidas, em apoio ao trabalho dos agentes de combate a endemias (ACE)

Foto: Rafael Mendes / SES-MG

Minas Gerais está oficialmente no período chuvoso, época mais propícia à proliferação do Aedes aegypti, e, com isso, o combate ao mosquito precisa ser intensificado por todos, diariamente. Para enfrentar a dengue, chikungunya e zika, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), vai investir mais de R$178 milhões para fortalecer os 853 municípios mineiros. 

Mas, atenção: toda a população tem papel crucial neste momento, pois os focos podem ser encontrados dentro das residências e em locais públicos.

Basta fazer uma caminhada pelas ruas para avistar pelo menos um recipiente que acumula água parada. Pode ser uma tampinha de garrafa, copo descartável, latinha, ou até sacolinhas de plástico. Tudo isso pode servir de criadouro para o Aedes aegypti depositar os ovos, que, com o calor e a umidade, eclodem em larvas e se transformam em novos mosquitos em menos de uma semana.

O Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LirAa) identificou que mais de 80% dos focos do mosquito estão em residências e áreas com entulhos e recipientes com água parada.

Em resposta, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) destinou R$ 30 milhões para a contratação de drones que irão mapear e monitorar locais de difícil acesso e aplicar larvicidas, em apoio ao trabalho dos agentes de combate a endemias (ACE).

A iniciativa está sendo implementada gradualmente nas 28 Unidades Regionais de Saúde, e o mapeamento abrangerá, por exemplo, os 53 municípios da região de Montes Claros. Essa tecnologia visa superar desafios como a ausência de moradores em casa e a resistência às visitas dos agentes.

De acordo com a diretora de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunização da SES-MG, Marcela Ferraz, a implementação da política de uso de drones está ocorrendo de forma gradual e, no momento, a maioria das 28 Unidades Regionais de Saúde (URS) do estado está na fase de elaboração dos planos de trabalho.

“Os drones são uma estratégia complementar à atuação do ACE e vão atuar naqueles locais onde o agente não consegue entrar. Esse serviço está em fase de implementação no nosso estado por meio dos consórcios e também de alguns municípios que foram elencados e, em breve, já vão iniciar o mapeamento para identificar possíveis reservatórios e locais propícios para o desenvolvimento do Aedes aegypti”, explica.

O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, salienta que todas as ações elaboradas pelo Estado e colocadas em prática nos municípios devem se somar à atuação da população, que precisa se conscientizar sobre a responsabilidade de eliminar os focos do mosquito.

Em 2024, Minas Gerais vivenciou a pior epidemia de dengue da história, com mais de 1,3 milhão de casos confirmados e mais de mil óbitos pela doença.

“As chuvas começaram e é o momento de nos mobilizarmos para evitar uma nova epidemia. São só alguns minutos por semana para conferir se nas nossas casas não há locais acumulando água, limpar calhas, tampar as caixas d’água e atuar na prevenção”, destaca o subsecretário.

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