O Presidente da Comissão, deputado Ulysses Gomes (PT) destacou a importância do trabalho de escuta dos atingidos e a recomendação de que os recursos sejam direcionados para as pessoas e regiões diretamente afetadas pela tragédia.
Seis anos após o desastre do rompimento da Barragem de Fundão, que despejou 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério no Rio Doce, afetando severamente comunidades de Minas Gerais e Espírito Santo, a Assembleia estabeleceu uma Comissão Extraordinária. Criada em 9 de março deste ano e destinada a acompanhar as negociações para um novo Acordo de Reparação, sua função é garantir o efetivo cumprimento das compensações devidas e monitorar os desdobramentos das medidas adotadas.
O cenário de atrasos e descumprimentos do acordo anterior, assinado em 2016 por entidades como a União, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além das empresas Samarco, BHP Billiton e Vale, motivou a criação desta comissão. Mais de 85 mil ações judiciais questionam as reparações e a Fundação Renova, encarregada de administrar as ações reparadoras, enfrenta desafios na distribuição de indenizações e na reconstrução das comunidades afetadas.
Atenta a essa situação, a Comissão realizou uma série de atividades desde sua formação. Audiências públicas e visitas às regiões impactadas, como os distritos de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, Gesteira, além de municípios como Aimorés, Governador Valadares, Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado, Barra Longa e Mariana, buscaram ouvir os afetados e entender suas demandas.
Durante esses encontros, diversas questões emergiram, como a falta de participação dos atingidos nas negociações para o novo acordo, levantada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Eles reivindicaram a criação de um fundo popular com recursos do novo acordo, destinado a projetos locais e decidido pelas comunidades afetadas.
Confira o áudio da entrevista com o deputado Ulysses Gomes (PT), presidente da comissão.
