O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) emitiu uma nota de repúdio à publicação realizada no dia 17 de maio por um ex-vereador de Uberaba (MG). O post, feito em uma rede social, mostra fotos e vídeos registrados no interior do HC durante um plantão noturno. Na nota, a instituição reforça que a entrada do ex-vereador não foi autorizada e infringe regra sanitária adotada pela instituição em decorrência da pandemia de Covid-19.
Ainda conforme o Hospital, a instituição não foi ouvida pelo vereador antes da veiculação das imagens: “não tendo sido observado, portanto, o direito da instituição à manifestação e ao contraditório. As imagens foram divulgadas de maneira descontextualizada e acompanhadas de conclusões e opiniões do autor das publicações”.
Nos vídeos o vereador cita a situação das macas do Pronto Socorro, acusa o HC de passar por falta de insumos e deficiência no atendimento. O ex-parlamentar ainda cita “funcionários fantasmas” e coloca em pauta a questão do corte de insalubridade.
O HC explica alguns procedimentos e afirma que algumas acusações são inverídicas. “As camas que o ex-vereador diz estarem ociosas no segundo andar são de enfermaria e não de Pronto Socorro e aguardam por manutenção. A substituição temporária das mesmas não impactou o total de leitos assistenciais disponíveis no Hospital; As alegações desprovidas de qualquer elemento comprobatório de que o Hospital enfrentaria falta de insumos ou profissionais são inverídicas, tampouco há deficiência nos procedimentos de cuidado ao paciente, como os banhos”, afirma em nota.
Por fim, o Hospital de Clínicas da UFTM lamenta: “o desrespeito a sua regra de não entrada na instituição de pessoas estranhas ao trabalho e aos atendimentos em momento de pandemia. Lamenta igualmente a exposição não autorizada da imagem de pacientes internados e a difusão de opiniões com potencial de gerar na população medos e receios que não correspondem à realidade do Hospital”.
Confira a nota na íntegra:
A retenção de macas no Pronto Socorro do HC é uma medida adotada unicamente para receber os pacientes excedentes à capacidade instalada da instituição. Nosso Pronto Socorro funciona frequentemente com taxa de ocupação superior a 200%, trata-se de um quadro crônico, e não uma consequência da pandemia;
As camas que o ex-vereador diz estarem ociosas no segundo andar são de enfermaria e não de Pronto Socorro e aguardam por manutenção. A substituição temporária das mesmas não impactou o total de leitos assistenciais disponíveis no Hospital;
As alegações desprovidas de qualquer elemento comprobatório de que o Hospital enfrentaria falta de insumos ou profissionais são inverídicas, tampouco há deficiência nos procedimentos de cuidado ao paciente, como os banhos;
Quanto à insinuação, igualmente desprovida de provas, de que haveria no hospital “funcionários fantasmas”, a instituição informa que os registro de pessoal, escalas de trabalho e de plantonistas estão e sempre estiveram à disposição dos órgãos de controle, sendo o sistema de pagamento de funcionários estritamente vinculado ao registro de presença tomado eletronicamente por meio de digital do trabalhador, em todos os turnos;
No que diz respeito às desinformações a respeito do adicional de insalubridade, o Hospital esclarece que a insalubridade não se incorpora aos salários e se trata de um adicional sujeito a revisão periódica do ambiente ocupacional, realizada por profissionais técnicos legalmente habilitados, para fins de adequação à legislação em vigor;
A mudança no percentual de cálculo do adicional não se trata de decisão administrativa e sim técnica, decorrente de um novo laudo de insalubridade que entrou em vigor em março, e reflete um longo trabalho de redução de riscos ocupacionais, incluindo a designação de equipes exclusivas para tratamento de determinados tipos de atendimentos, implantação de fluxos de acesso, barreiras físicas, alterações de infraestrutura e intensificação de treinamentos em biossegurança.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba
