Foto/André Santos/PMU
Secretário de Saúde, Sétimo Bóscolo, descarta que doses de vacina contra a Covid-19 tenham sido perdidas em Uberaba por data de validade. Em entrevista ao Pingo do J desta terça-feira (6), o titular da pasta explicou que houve apenas uma perda significativa até o momento de um frasco que se quebrou, possivelmente no transporte, resultando na perda total das dez doses previstas por recipiente.
Segundo Bóscolo, o ocorrido foi documentado em fotos para comprovação da perda das doses. “Na hora que as meninas pegaram o frasquinho, puxaram ele da caixinha, ele estava quebrado, estava vazio porque tinha vazado. Mas documentaram tudo com foto”, explica. Ainda de acordo com o secretário, nem sempre os frascos vêm com a quantidade exata de doses, especialmente a Coronavac.
“O que eu tenho informação de perda é que às vezes num frasco que vem para dez doses, ele não dá as dez doses, dá nove, ou tem um outro frasco que passa um pouquinho e dá dez doses e meia, não são exatos. Normalmente, a Coronavac, segundo informações da equipe de vacinação, sempre vem a menos. Esse pouquinho a menos em 200 milhões de doses faz uma diferença gigante”, pondera, acrescentando que quando isso ocorre a equipe imediatamente notifica em boletim.
Com relação à data de vencimento das doses, Sétimo Bóscolo descarta qualquer perda em Uberaba. O secretário informa que há uma discrepância nas datas de validade das doses entre o que vem expresso na embalagem da vacina e o que é preconizado pelo laboratório. “Nós não tivemos perda nenhuma por data de validade. Nós tivemos aquele susto que nós passamos na semana passada, aquele problema que teve, mas as vacinas tinham uma data de validade até o dia seguinte e isso foi importante até para chamar a atenção, porque tem um desencontro nas informações técnicas, na bula da vacina fala que ela tem validade de seis meses e nas orientações técnicas do fabricante fala que ela tem validade de doze meses ou 24 meses, mas de qualquer maneira, o que manda é a data no frasco”, diz.
O episódio de segunda-feira passada, dia 29 de março, está sendo investigado tanto internamente, por meio da Controladoria do Município, quanto pela Câmara Municipal de Uberaba. No dia, pessoas com 65 a 69 anos foram vacinadas de forma indevida após uma técnica em enfermagem autorizar a aplicação de doses nesse público.
Secretário justifica “última hora” do Município em estabelecer cronograma de vacinação
Questionado sobre a demora em estabelecer o plano de vacinação a ser seguido no município, o secretário de Saúde Sétimo Bóscolo explica que, mesmo tendo informação com antecedência, há escassez de profissionais. Isso porque, segundo o secretário, os profissionais que atuam nos drives de vacinação são os mesmos que atuam em outras frentes, como nas unidades básicas de saúde.
“A gente tem uma reunião toda semana com essa equipe de vacinação e a gente vai programando dessa forma. Acontece que esse grupo nosso que trabalha na vacinação é o mesmo que atua contra a Covid lá na ponta, os pacientes das UBSs. Nós estamos utilizando um número grande de gente, em torno de 100 pessoas em três drives. Então, essas pessoas são as mesmas. Eu estou tentando criar aqui um mecanismo em que eu desocupo essas pessoas. São enfermeiros, técnicos, agentes de saúde, que poderiam estar lá na periferia andando de casa em casa, sabendo do paciente, sabendo se tem gente gripada naquela residência. Então a gente tem que ir dosando isso, porque também não adianta correr demais e ficar três ou quatro dias parado”, explica.
Bóscolo ainda ressalta que as equipes trabalham no limite de exaustão e que, por isso, está sendo estudada a possibilidade de estabelecer parceria público-privada para terceirizar a vacinação. “Essa equipe tem trabalhado muito, desde o dia que começou a vacinação, que foi também o dia que comecei como secretário de saúde, 75 dias atrás, têm trabalhado ininterruptamente, de segunda a segunda sem parar. O pessoal também vai entrando em exaustão, tem que dar uma parada, respira. Estou tentando parcerias com empresas privadas para trazer pessoas para fazer essa vacinação, por meio de parcerias público-privadas, para ver se a gente alivia um pouco a nossa equipe”, finaliza o secretário.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba