A 4a edição do evento ocorreu na manhã desta quarta, 20, em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra e teve a participação de mais de religiosos, estudantes, professores e militantes da causa negra em Montes Claros. José Gomes, um dos coordenadores do evento, explicou que esse ano o objetivo era continuar a luda pela igualdade e principalmente chamar atenção ainda para a onda de intolerância religiosa.
“Muitas pessoas imaginam que a intolerância acabou, mas isso não é verdade. Neste momento cauteloso pelo qual a nação passa, será preciso intensificar este movimento uma vez que o discurso de ódio tem inflamado as pessoas e isso não é diferente no aspecto religioso” – afirma Gomes.
Os manifestantes se reuniram na Praça da Catedral e saíram pelas ruas da cidade até a praça da Matriz com faixas e cartazes, além de dizeres que aludissem à situação atual do negro no país. Para o Professor Georgino Jorge de Souza Neto, da Unimontes, nesse dia simbólico, têm-se pouca coisa para comemorar e grandes desafios a vencer.
“Embora a gente possa considerar algum avanço histórico, os dados estatísticos oficiais não deixam dúvida de que as condições sociais do negro ainda são sensivelmente prejudicadas, quando comparamos com outros grupos sociais, notadamente homens brancos. Isso se deve fortemente pelo largo período de escravidão (mais de três séculos), e pela inexistência de uma política posterior de inserção social do negro. Obviamente, neste contexto histórico absurdamente desfavorável, a situação atual dos negros e pardos no Brasil confirmam o imenso esforço e a imensa dificuldade de competir socialmente em pé de igualdade com os demais grupos étnicos!” – Explica Gino.
Durante a Marcha, foi feita uma homenagem a Joaquim Nagor, negro enforcado em Montes Claros há 138 anos acusado de assassinato. Cerca de 200 manifestantes participaram da Marcha.
Postado originalmente por: VinTV