Maurício Borges Lemos, economista mineiro que foi diretor do BNDES de 2003 a 2016, lança seu mais recente livro: Um novo projeto para o Brasil – as reformas políticas, econômicas e sociais de que o país precisa. A obra procura contribuir para o debate programático, tão necessário ao campo democrático, lançando uma pergunta: como implementar um projeto de desenvolvimento econômico e social em um país periférico e semiestagnado há quase 40 anos?
A crise política e econômica atual é uma comprovação de que o chamado “presidencialismo de coalizão” nunca funcionou, na opinião do economista Maurício Borges Lemos, o mais longevo diretor do BNDES.
Para estimular esse debate, assim como a discussão das reformas políticas, econômicas e sociais que o país precisa, o economista, que foi diretor do BNDES de 2003 a 2016 – da posse de Lula até a queda de Dilma – lança no próximo dia 04 de novembro, em Belo Horizonte, no Conselho Regional de Economia (Corecon), o livro Um novo projeto para o Brasil.
Na obra Borges Lemos considera que o regime vigente no Brasil “nunca funcionou a contento, é altamente instável, com cinco presidentes que não chegaram ao final do mandato e grande instabilidade institucional e política entre aqueles que o concluíram, seja no período 1946 a 1964, ou no que vem desde 1985.
Para as viúvas da ditadura, o economista faz o alerta, “os militares entregaram um país quebrado, com hiperinflação e uma dívida externa fenomenal”.
Os dias que correm são ainda mais nebulosos, na avaliação do ex-diretor do BNDES, “a crise econômica atual implica no retrocesso civilizatório e das instituições democráticas, ao lado da perpetuação da estagnação econômica e da falta de perspectivas de desenvolvimento social”. De acordo com ele, as instituições “estão fora do lugar (como o Judiciário e os órgãos de controle, que atentam contra a Constituição) ou funcionam mal.
Na visão de Borges Lemos, a saída não está restrita a soluções econômicas, que no entanto também são fundamentais. De acordo com ele, o cerne da questão é investir em uma reforma política para assegurar um projeto econômico e social. O grande desafio, para o ex-diretor do BNDES, “é implementar tal projeto em um país periférico e praticamente estagnado há quase 40 anos”.
Um novo projeto para o Brasil, na ótica de Maurício Borges, é aquele “que não deve ao credo neoliberal, mas também não faz coro com o estatismo salvador de vários segmentos à esquerda. A solução, segundo ele, “reside na seguinte equação: impossível sem o Estado, terrível (ou quase impossível) com ele.
O lançamento vai ocorrer às 19 horas, com uma breve palestra do autor, seguida de comentários do professor Gustavo Britto. Logo após haverá uma sessão de autógrafos. O evento acontecerá no dia 04 de novembro, as 19 horas, no Corecon, Rua Paraíba, 777, Savassi, Belo Horizonte.
Apoio: Corecon MG, Cedeplar/UFMG, ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia), Declatra (Defesa da Classe Trabalhadora), OSCR (Observatório Sindical Clodesmidt Riani), Instituto Sérgio Miranda e Fundação Perseu Abramo.