Jovens mineiros se expõem ao Coronavírus no trabalho presencial por medo de ficar sem renda
A maioria dos jovens de Minas tem trabalhado presencialmente durante a pandemia da Covid-19. Segundo uma pesquisa do Ensino Social Profissionalizante (Espro), 62,92% dos jovens aprendizes precisam continuar no trabalho presencial mesmo em meio aos perigos do Coronavírus. A faixa etária pesquisada é entre 14 e 24 anos e, apesar de não serem considerados parte do grupo de risco, eles podem se expor ao vírus no ambiente de trabalho e espalhar a doença para familiares em quarentena.
De acordo com o levantamento do Espro, a média de jovens trabalhando presencialmente nas empresas, somando os dados de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, é de cerca de 47%. Além disso, segundo a entidade, 10,83% dos jovens mineiros admitiram não estarem seguindo o isolamento social a risca, a média se torna 7,27% se estendida aos outros estados. Ou seja, Minas tem a maior taxa de jovens que não tomam os devidos cuidados contra a Covid-19. Todos essas informações foram colhidas em novembro pelos pesquisadores.
O estudo aponta que 88,75% dos jovens mineiros se mostraram preocupados em perder suas fontes de renda. Segundo Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro, muitos jovens viram seus pais perderem o emprego durante a pandemia e se tornaram a fonte de renda da família nesse período. “Aquele dinheiro com o qual eles ajudavam em casa, mas que ainda sobrava para planos pessoais, acabou consumido inteiramente pela família”, observou Alessandro.
Alessando Saade acredita que há explicações para o alto índice de jovens de Minas trabalhando no modelo presencial. Ele citou hipóteses como a empresa não ter infraestrutura para fazer home office e, por isso, arriscar funcionando presencialmente de maneira segura.