Zema manifesta preocupação com avanço da pandemia em Minas

Governador vê com preocupação crescimento dos casos e do número de mortos, que bateu recorde na quarta-feira (Foto: Pedro Gontijo/Imprensa MG)

O governador Romeu Zema (Novo), em pronunciamento nas redes sociais oficiais do governo, nesta quinta-feira (18), manifestou preocupação com o avanço da Covid-19 em Minas Gerais. Ele disse que teme o “estrangulamento” do sistema de saúde em um mês, em razão do atual ritmo da pandemia.

“A situação tem se deteriorado, como os números mostram e ficam cada dia mais preocupantes. Há exatamente um mês, tínhamos 7% das unidades de UTIs ocupadas e, hoje, é o dobro, 14%. Nós sabemos que essa trajetória ascendente não pode continuar como está, sob pena de que, dentro de um mês, tenhamos estrangulamento total do sistema de saúde, apesar de todos os esforços que fizemos”, observou, lembrando que, há cerca de 90 dias, o governo tomou as primeiras medidas e, desde então, vem estruturando e robustecendo os hospitais mineiros, com aquisição de respiradores e ampliação de leitos de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva).

O governador destacou que, entre a quarta-feira (17) e esta quinta, Minas registrou novos 33 óbitos e 1.559 casos confirmados de Covid-19, alcançando um total de 24.906 adoecidos e 570 mortes. Na quarta, o estado havia batido recorde de óbitos, uma vez que teve o registro de 35 mortes, em 24 horas.

“Esse crescimento está nos causando um grande desconforto. Realmente, esperávamos um crescimento, mas não como ele tem se comportado nos últimos dias. Eu faço um pedido a todos os mineiros e, principalmente, aos prefeitos, que façam tudo o que está ao seu alcance. Caso contrário, poderemos ter, infelizmente, alguma medida mais drástica em alguma região do estado”, afirmou Zema.

Ele ainda alertou que algumas cidades mineiras estão em estado dramático. “Quando os casos começam a crescer de forma exponencial não há sistema de saúde que dê conta. Se a curva crescer conforme o esperado, tudo bem, mas, se continuar se comportando como tem feito em algumas regiões, infelizmente, alguma ação mais drástica será tomada por nós.”

Lockdown não está descartado

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, durante sua participação na transmissão, destacou que, no início de fevereiro, o estado contava com 2.013 leitos de UTI na rede pública, número que aumentou cerca de 48% em quatro meses, chegando a 2.964 unidades. “Isso mostra que, efetivamente, conseguimos ampliar a capacidade assistencial do estado com objetivo de combater a Covid-19. E ampliaremos mais ainda com ventiladores prestes a serem entregues”, pontuou.

Amaral também afirmou ser importante entender a evolução da epidemia e se fazer um acompanhamento diário. Segundo ele, a Secretaria de Saúde entende que o melhor é o isolamento para barrar o avanço dos casos e que as prefeituras não devem apenas compreender que estão na onda Verde, mas, devem, de fato, promover a fiscalização e a orientação ao cidadão, pois assim, assinala o secretário, se promoverá um isolamento compatível com a onda Verde.

Conforme ele, todas as possibilidades estão à mesa no que diz respeito ao enfrentamento da Covid-19. “Não tem como entender que o estado não terá ações, se a epidemia começar a crescer muito. Neste momento, estamos dentro de um crescimento. Então, todas as possibilidades estão sobre a mesa e, dentro dessas, temos chance, sim, de ter lockdown em algumas regiões e cidades específicas.”

Minas Consciente se estende sobre 3,5 milhões de habitantes

O secretário de Estado adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, durante a transmissão, divulgou que, atualmente, 3,5 milhões de mineiros estão sendo abrangidos pelo programa Minas Consciente, que é um conjunto de protocolos definidos pelo Governo de Minas Gerais para possibilitar a retomada das atividades de setores produtivos de forma setorizada. Sob os parâmetros do programa, o secretario ressaltou que 510 cidades, dos 853 municípios do estado e, oficialmente, 146 municípios formalizaram a adesão.

Passalio explicou que o estado está divido em 14 macrorregiões, sendo 290 municípios na onda Branca, 53 na onda amarela e, na onda verde, 510 cidades. Ela ressaltou que a macrorregião Centro – onde está a capital – retornou à onda verde do Minas Consciente, que recomenda que somente os serviços essenciais permaneçam abertos.

“Temos que ter em mente que tão importante quanto o município fazer a adesão ao programa é que de fato fiscalize e cumpra todas as orientações do programa, porque ele existe para ajudar os prefeitos a tomar decisões corretas no enfrentamento da pandemia de forma consciente e mantendo o isolamento.”

O programa Minas Consciente divide as atividades econômicas em quatro “ondas”: verde, que permite o funcionamento de atividades essenciais; branca, atividades de baixo risco; amarela, atividades de médio risco; e vermelha, atividades de alto risco.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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