Vítimas do acidente na Usiminas recebem alta hospitalar

Wôlmer Ezequiel

Após a explosão, cerca de quatro mil funcionários evacuaram a usina

Após o susto que a população de Ipatinga teve com a explosão no gasômetro da Usiminas, a empresa divulgou uma nota, na manhã de sábado (11), informando que as 34 vítimas, encaminhadas para o Hospital Márcio Cunha (HMC), já tiveram alta hospitalar. No dia do acidente, quase quatro mil pessoas trabalhavam na usina. No momento, parte deles estava fora da unidade em função do horário de almoço.

De acordo com a Usiminas, as causas do acidente ainda estão sendo investigadas com apoio das autoridades competentes. Além disso, a empresa também reiterou que toda a manutenção preventiva dos gasômetros foi feita e seguem rigorosos padrões internacionais. “Em função da ocorrência, 34 pessoas foram atendidas no Hospital Márcio Cunha, nenhuma em estado grave e a maior parte com leves escoriações. A Usina foi imediatamente evacuada e as operações temporariamente paralisadas”, reitera a nota.

Ações
A explosão no gasômetro da Usiminas ocasionou prejuízos à empresa. Na tarde de sexta-feira (10), em menos de cinco horas, as ações da siderúrgica na bolsa de valores de São Paulo caíram quase 11%. Já na reta final do pregão, os papéis tiveram leve recuperação, fechando com queda de 7,27%. Em entrevista à imprensa, o presidente da Usiminas, Sergio Leite, afirmou que “não era possível mensurar os prejuízos financeiros, operacionais e materiais por enquanto, mas que a empresa espera compensar as perdas ao longo do ano”.

Retorno das operações
Apesar dos impactos, em momento algum houve risco para a população de Ipatinga. “A empresa realizou, com o apoio das autoridades públicas, um monitoramento da presença de gases nos bairros próximos à usina, e sem registro de anormalidades”, afirma a nota da empresa.

Depois da garantia de todas as condições de segurança e atendimento às pessoas, afetadas diretamente pela ocorrência, a siderúrgica deu início ao retorno das atividades, de forma gradativa. “A empresa prossegue com o plano de retomada gradual das operações, com a máxima segurança. Algumas áreas sem conexão com o setor afetado pela ocorrência, como Despacho, Laminação a Frio e Unigal, estão reiniciando suas atividades. Até o momento, a Usiminas ainda não tem previsão de quando retornará à plena produção”, avisa.

Bombeiros
De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros, Tiago Barbosa Ferraz, o serviço dos militares na Usiminas contou com várias fases e terminou às 20h da sexta-feira (10). Após isso, foi feita uma reunião no HMC para discutir o acidente. “De imediato, duas viaturas de Ipatinga, um caminhão Auto Bomba (AB) e um Auto Salvamento Leve (ASL) foram à usina. Quando chegamos, a brigada da Usiminas já estava atuando no resfriamento do gasômetro, no isolamento do local e no atendimento às vítimas, que estavam com mal-estar, dificuldades para respirar e dores de ouvido”.

Segundo o tenente, essa operação contou com cerca de 15 militares, apoio do Batalhão de Emergência Médica de Belo Horizonte e a brigada da Usiminas.

Inquérito
O titular da 1º Delegacia Regional da Polícia Civil, Thiago Alves Henriques, também divulgou uma nota à imprensa, afirmando que foi instaurado um inquérito para apurar as causas do acidente e responsabilização criminal, caso seja verificada alguma culpa. “Na sexta-feira (10), a perícia criminal foi ao local para realizar vistoria, mas não teve acesso a todos os locais por causa do risco de inalação de gás. Como a perícia daqui não é especializada, requisitamos uma equipe de engenharia do Instituto de Criminalística de Belo Horizonte para vir a Ipatinga”, informa.

De acordo com o delegado, a equipe chegará na segunda-feira (13) para realizar a vistoria no local e tentar entender o motivo da explosão. “À princípio, não há informações concretas sobre a causa da explosão e seria leviano apontar alguma”, ressalta.

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