Vice da série B deixa lições para o América na série A.

A temporada do América foi sensacional. O título da Série B, que escapou entre os dedos nos segundos finais da competição, tornaria 2020 (com os campeonatos estendendo por 2021) o maior ano da história do clube, com taça nacional e campanha histórica na Copa do Brasil. Mas o Coelho vai para a Série A, com missão de criar raízes e lições mostradas pela reta final da Série B.

A sensação é de que faltou foco ao América, depois de ter conseguido o acesso contra o Náutico, na 34ª rodada. Depois daquele jogo, empatou com Botafogo-SP, Brasil de Pelotas e Confiança – equipes que brigavam para não cair. Fez apenas um gol e nunca teve rendimento sequer próximo do que foi durante praticamente toda a temporada. O primeiro tempo contra o Avaí, sim, foi digno de quem queria o título.

A queda de rendimento não foi uma “tirada de pé”. Lisca se mostrava incomodado com a situação. Cobrou rendimento publicamente, em entrevistas coletivas. Não faltou vontade também aos jogadores. Parece ter sido aquele “relaxamento”, tanto visto no futebol depois de objetivos alcançados. O título, claro, era almejado. Mas o acesso sempre foi a meta de absolutamente todos dentro do clube.

O América é organizado. Paga em dia, está melhorando a estrutura do seu CT e quer, já há alguns anos, se firmar na Série A. Parar de bater e voltar. Tem mostrado indícios de que vai brigar por isso em 2021, como foi também em 2018.

Acontece que um clube como o América, sem orçamento alto para disputar a Série A, não tem espaço mínimo para erros na competição. Isso começa na montagem do elenco, passa pelas decisões da comissão no dia a dia e, também, pela concentração. Uma perda de foco em algumas rodadas na elite, como foi nesta reta final de Série B, pode custar a permanência.

É preciso definir o quanto antes quem será o diretor de futebol. Paulo Bracks fez um excelente trabalho para a conquista do acesso. Junto com demais integrantes da cúpula e da comissão, manteve a base que não conseguiu acesso em 2019 e buscou nomes pontuais. Alguns, inclusive, importantíssimos na caminhada, como Matheus Cavichioli, Anderson, Messias, Alê e Rodolfo.

Mas é preciso também entender que Série A exige mais. E que alguns jogadores, úteis na Segunda Divisão, não têm condições de ajudar na elite. A pífia campanha de 2016 mostra isso. Cabe a Lisca, que é quem mais está no dia a dia para avaliação de desempenho, a leitura. E a grande parcela dela precisa ser feita na pré-temporada ou, no mais tardar, durante o Mineiro. Mexer demais no elenco ao longo da Série A pode ser fatal, até porque não terá tanto orçamento para buscar contratações.
 
A presença de Lisca, inclusive, é para ser comemorada no América. O projeto já está em construção desde junho de 2019, quando Felipe Conceição assumiu o time. Que a reta final dele, então, siga bem conduzida. E que o clube também consiga manter seu treinador, mesmo que o assédio dificulte. Em 2018, a saída do Enderson para o Bahia foi um golpe em todos do clube. Em 2020, a saída de Conceição conseguiu ser bem suprida com Lisca. Que o projeto Série A conte com ele do início ao fim, caso o desempenho seja para tal.
 
 

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Postado originalmente por: Minas AM/FM

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