Uso de medicamentos contra o coronavírus é alvo de debates

Com o aumento exponencial de casos confirmados de Covid-19 no município de Piumhi, a população tem tido questionamentos quanto ao protocolo seguido para o tratamento da doença na cidade. Dessa forma, é debatido entre a população o uso de medicamentos de eficácia ainda não comprovada pela ciência, mas amplamente defendidos pelo Governo Federal. Nesta semana, o médico ortopedista e ex-secretário de saúde, Paulo César Vaz, emitiu sua opinião sobre o assunto, que reverberou pelas redes sociais.

“Nós poderíamos introduzir essa arma, uma opção a mais no combate ao coronavírus”, disse ele.

De acordo com a atual Secretária de Saúde, Aline Barbosa, Piumhi segue o protocolo estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES) e nele não existe uma lista de medicamentos a serem ministrados na hipótese de diagnóstico precoce. Esse tipo de conduta é estritamente médica, de modo que o profissional responsável é quem decide o tipo de medicamento que deve ser usado.

“Não quero dizer que existem medicamentos que podem ou não podem ser usados. Nós temos que entender que cada paciente é único, nós temos um DNA único. Ninguém é igual a ninguém, que todo mundo se comporta diferente a determinados medicamentos”, afirmou Aline, considerando também que dependendo da condição de saúde de cada pessoa, é necessário um tratamento específico. “Tem a questão da hipertensão, de pessoas cardiopatas, tem o peso, tudo isso influencia em como vai ser tratado”, concluiu a secretária.

Por outro lado, o médico Paulo Vaz relatou que é o momento de repensar a política pública de saúde feita até o momento.

“Algo a mais pode ser feito”, disse ele. A sugestão é de elaborar protocolos bem detalhados, de modo a introduzir os medicamentos sob supervisão da Secretaria de Saúde. “As pessoas estão se auto medicando”, justifica, “o que eu vejo que é muito pior, porque a secretaria de saúde pode perder o controle do perfil epidemiológico da cidade”.

Paulo acredita que a população de Piumhi está sim consciente sobre as medidas de combate ao coronavírus e da gravidade da doença. Dessa forma não é para ele uma questão de conscientização, como afirma a atual secretária, mas sim uma necessidade de mudar a estratégia.

“Eu manteria essas coisas que vêm sendo feitas, que são extremamente importantes”, ressaltou, “mas eu forneceria subsídios a mais para a população”.

Cidades adotam protocolos diferenciados

PIUMHI – Um questionamento frequente sobre o protocolo de tratamento tem sido a respeito de algumas cidades, como Uberlândia e Governador Valadares, que implantaram um protocolo de atendimento ao Covid-19 no âmbito municipal. Nessas cidades, diferente do que é feito em Piumhi, que segue o protocolo estadual, o uso de medicamentos como cloroquina e hidroxicloroquina tem sido feito em pacientes em tratamento de Covid-19.

A Secretária de Saúde de Piumhi afirmou que houve contato com um médico da cidade de Uberlândia, com acesso ao protocolo local.

“Já há semanas que a gente tem discutido isso com a nossa equipe, inclusive com a nossa regional de saúde”, afirmou Aline. Apesar das negociações, é necessário não só passar pela Regional de Saúde, mas pelo Comitê Estadual.

“Então eu fiz esse mesmo questionamento: Por que alguns municípios adotam e outros não? Acontece que Uberlândia e o Governador Valadares são municípios com gestão plena, então eles não são submetidos às decisões do Estado”, justificou a secretária.

De acordo com ela, Piumhi já manifestou o desejo de tornar plena sua gestão, principalmente por ter se tornado um polo de Microrregião, o que ainda não foi aceito. “Então nós temos que seguir as normas impostas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado”, completou.

 

Fonte: Folha da Manhã

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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