Última Missa do Impossível de 2019 deve reunir 30 mil fiéis

Fé e agradecimento. São estas palavras, ressignificadas e renovadas em cada testemunho de graças alcançadas, que vão reunir cerca de 30 mil pessoas na próxima terça-feira (17) para a última Missa do Impossível de 2019. Em seu quinto ano, a celebração católica comandada pelo padre Pierre Maurício, que pela primeira vez acontece no campo do Sport Clube de Juiz de Fora, deve ter recorde de público, que busca um encontro com Deus marcado pela entrega e confiança. “Ver que a cada missa aumenta mais o número de fiéis é reconhecer a necessidade das pessoas por lugares que elas possam vivenciar e ver os sinais de Deus, onde possam colocar aquilo que o mundo colocou como impossível, mas que tem um Deus que é do impossível, que faz ser possível. E é bonito pensar que aqui (a Missa do Impossível) é este lugar, onde cada vez mais mais gente vem para entregar o seu impossível a Deus”, comentou Padre Pierre Maurício de Almeida Cantarino, pároco da Igreja de São José, onde são celebradas missas todas as terças-feiras ao longo de todo ano.

Tema da última celebração é inspirado em passagem bíblica sobre a fé: “se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá – e há de passar, e nada vos será impossível” (Foto: Fernando Priamo)

A última celebração deste ano deve reunir o dobro de público em comparação com 2014. Para Pierre, um comparecimento tão alto era, até então, impossível, e o faz querer compartilhar o que Deus pode fazer. “Na primeira vez que fizemos a última missa do ano, quando vi 15 mil pessoas reunidas, comecei a tremer. Inexplicável descrever o que senti, de ver aquilo que ajudei a criar e deu certo. Quando cheguei ao altar no ano passado e vi 25 mil pessoas, pedi a Deus para me fazer seu instrumento, para que ele falasse por mim. É um momento particular de agradecimento meu. Fiz um caminho que nunca pensei, era impossível para mim, que saí de Rio Pomba, imaginar isso. O sentimento é de gratidão, é a vontade de fazer com que as pessoas conheçam de fato quem é Deus. Ele faz tanto na minha vida, que preciso dizer, expressar ao mundo que precisamos acreditar que para Ele nada é impossível”, disse, emocionado, o religioso.

Por conta do aumento no número de pessoas, a última missa, sempre realizada no pátio da Igreja de São José e que lotava a Avenida Sete de Setembro, mudará de lugar para receber melhor os fiéis. “Ao longo desse anos, uma coisa que fica muito clara é nossa preocupação em acolher da melhor maneira as pessoas que encontram aqui na igreja um refúgio, um lugar onde podem falar e compartilhar com deus suas alegrias, tristezas, um momento de profunda intimidade com Deus. Então, veio a ideia de se fazer a última missa de 2019 no Sport, um lugar amplo, maior, com uma estrutura que comporta as pessoas com tranquilidade, além de ser um local de fácil acesso, que também era uma de nossas preocupações”, destacou. A missa está marcada para as 19h30 da próxima terça-feira, dia 17, com entrada do público pela Avenida Brasil. Porém, os portões do clube serão abertos às 9h.

Trânsito 

A Secretaria de Transportes e Trânsito (Setrra) informou que irá deslocar agentes para auxiliar o trânsito nas vias do entorno do Sport Clube na próxima terça-feira (17) . A Avenida Brasil também terá estacionamento permitido na margem direitas e no lado esquerdo da via.

Como grão de mostarda

Inspirado pela passagem bíblica encontrada no evangelho de São Mateus capítulo 20, versículo 17, o tema da última celebração deste ano relembra aos católicos que não é preciso ter uma fé grande para que Deus aja. “E Jesus lhe disse: por causa da vossa pequena fé, porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá – e há de passar, e nada vos será impossível”, diz o trecho da Bíblia. “Jesus, por causa da pouca fé das pessoas, estabelece que se tivermos a fé do tamanho de um grão de mostarda, nada é impossível. Para simbolizar esta passagem, foram confeccionados montes de papel. Dentro de cada um deles, há três grãos de mostarda. Cada um deles simboliza um pedido: dois difíceis e um impossível. Antes do ano acabar, minha graça eu hei de alcançar”, pontuou o padre, lembrando que os montes devem ser levados à última missa do ano para que sejam consagrados.

Conforme padre Pierre, já foram entregues 25 mil montes, e outros cinco mil foram confeccionados. Eles podem ser pegos pelos fiéis na secretaria da Igreja de São José (Avenida Sete de Setembro 288), todos os dias, das 9h às 20h. No local também estão sendo vendidas canecas e camisas com o tema da última missa de 2019. “Desde 2014, foi criado um símbolo para cada última missa do ano, que ajuda as pessoas a entenderem a ação de Deus. É algo palpável, que posso apresentar a Deus. No primeiro ano, os fiéis escreveram uma carta para Deus com seus pedidos difíceis e impossíveis. No ano seguinte, relembrando a arca que ficou na casa de Hebron, foram entregues arcas de papel, onde as pessoas colocavam aquilo que mais precisavam. Já em 2016, levamos aos fiéis as casas, representando a passagem que relembra a ida de Maria à casa de Isabel, uma mulher estéril que se torna mãe, o impossível se tornando possível. No ano passado, o tema escolhido foi baseado na passagem do evangelho de Lucas, que mostra Jesus entrando em uma cidade e se depara com uma mãe chorando a perda de seu filho, porém, ele é ressuscitado”, relembrou Pierre.

Pierre destacou que além de ser um momento de pedir, a última missa é um momento para agradecer e entregar a Deus o ano que se aproxima. Para ele, sua responsabilidade de ser ponte entre Deus e as pessoas vai além de levar a palavra à multidão. “As pessoas precisam de sinais. Eu não posso só anunciar a palavra de Deus, eu sou chamado a viver esta palavra, respeitando minha humanidade e fraquezas”, disse.

“O sentimento é da gratidão, é a vontade de fazer com que as pessoas conheçam de fato quem é Deus” (Foto: Fernando Priamo)

Milagres e agradecimento

Padre Pierre destacou os inúmeros testemunhos levados ao altar ao longo deste ano. Muitos deles, com pedidos feitos durante a última missa de 2018. “É algo muito forte ver as pessoas vindo até à igreja com suas portas de papel, levadas na missa de 2018, emocionadas e contando que seus impossíveis, escritos ali, se tornaram graças”, afirmou.

O religoso relembrou um caso que o marcou neste ano, a história de um casal de São João Nepomuceno que foi a uma missa de terça-feira pedir pela filha. “Desenganada em um leito de CTI, o médico havia dado um prazo de 48 horas para que ela desse algum sinal de melhorar, caso contrário, seria irreversível. Quando eles vieram falar comigo, eu disse para acreditarem. No dia seguinte, eu fui até o CTI visitar a criança, me tocou muito forte a certeza de que ela ia viver. Quando eu estava saindo do hospital, me encontro com os pais sorrindo. Eles haviam acabado de ouvir do médico que tinha acontecido um milagre com a menina. Isso é a ação de Deus. O Profeta Isaías nos ensina a confiar, a acreditar e a vislumbrar um amanhã muito melhor, que virá da consciência de fé. Se eu entrego, confio nessa capacidade de transformar minha vida, e assim Deus o fará”, disse o religioso.

Preparação para o Círio de Nossa Senhora do Impossível

Pierre relembrou também o ano de 2019 na Igreja de São José. Entre as atividades realizadas, estão vigília no monte, jejum de Daniel, Cerco de Jericó e clamores da madrugada. Na sua avaliação, a prioridade do templo religioso foi de favorecer “encontros com Deus”. “Fomos muito fecundos em tempo de graça. Não existe uma amizade que não seja estabelecida por meio do encontro. Se sou amigo de Deus, quero sempre me encontrar com Ele. Por isso, ao longo deste ano, elaboramos formas de ajudar as pessoas neste encontro com este amigo”, comentou.

Para 2020, várias atividades já estão programadas. A primeira delas ocorre dia 12 de janeiro, com o primeiro Círio de Juiz de Fora de Nossa Senhora do Impossível, quando uma vela com 1,80 metros de altura e 80 centímetros de diâmetro será apresentada à comunidade em procissão. A confecção da vela será especial. “Na última missa, cada pessoa vai levar uma vela que vai representar um pedido especial. Ela será acesa na Igreja de São José ao longo deste mês até o dia 7 de janeiro. Essas velas derretidas irão formar esta grande vela, com o pedido de todos”, disse.
A imagem de Nossa Senhora do Impossível chega a Juiz de Fora dia 7 de janeiro. No dia 12, ela passará pelas ruas em procissão pela manhã. Já durante a tarde, ocorre uma missa da Praça Antônio Carlos, às 16h, com procissão até a Igreja de São José, onde a vela será apresentada aos fiéis.

 

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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