Unidade representa 11,13% da energia armazenada em todo o subsistema Centro-Oeste/Sudeste, o que a coloca em terceiro lugar no ranking nacional
Mais uma vez, o Brasil passa por um prolongado período seco que, além de outros problemas, faz necessária uma responsável gestão dos recursos de produção de energia no País. A Usina Hidrelétrica de Nova Ponte, que completa 30 anos, e está localizada no Triângulo Mineiro, é um dos principais ativos de geração da Cemig e, por sua localização estratégica na cabeceira do Rio Paranaíba, representa uma peça importante no grande quebra-cabeças que é o Sistema Interligado Nacional – SIN, cuja gestão é do Operador Nacional do Sistema – ONS.
A unidade funciona como uma grande caixa d’água no alto de um morro: além de gerar energia, seu reservatório serve como uma “torneira” que libera água para pelo menos mais 10 outras usinas rio abaixo, que por sua vez também geram energia e vão abastecendo o SIN.
Em um evento na última quinta-feira (26/09) com os empregados da unidade para celebrar as três décadas de funcionamento da instalação, o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, reforçou a importância da UHE Nova Ponte para o setor elétrico brasileiro. “Aqui (em Nova Ponte) é representada pela grandiosidade da engenharia, pela execução de uma obra de grande porte seguindo todas as regras ambientais – o que mostra nossa excelência neste segmento, seja pela segurança das nossas barragens e a nossa capacidade de operar e manter essa usina, que possui uma disponibilidade de 99%”, completa.
Uma das principais geradoras do Brasil, a Cemig é uma empresa que possui um parque gerador 100% limpo e renovável, e Nova Ponte representa 11,13% da energia armazenada em todo o subsistema Centro-Oeste/Sudeste, com 22.774 MWmédios, ficando em terceiro lugar no ranking nacional, atrás apenas de Serra da Mesa e Furnas.
“Além de gerar energia, Nova Ponte tem extrema importância para o uso múltiplo na bacia como um todo, sendo uma grande caixa d’água. Dessa forma, sua operação requer bastante critério, por sua relevância para o Sistema”, explica Marco Soligo, vice-presidente de Geração e Transmissão da Cemig, que também esteve presente na unidade para o evento, juntamente com o vice-presidente executivo da empresa, Marcos Montes.
Desafio de engenharia
Com uma potência instalada de 510 MW, a usina de Nova Ponte está situada no Rio Araguari, afluente do Rio Paranaíba, no município de Nova Ponte, no Triângulo Mineiro. O presidente da Cemig recordou a grandiosidade da obra de implantação da usina de Nova Ponte. Além disso, o executivo enalteceu os funcionários da companhia por planejar, construir e operar um ativo tão importante para o país.
“Temos aqui em Nova Ponte a demonstração da grande capacidade da Cemig de realizar obras. Realocamos uma cidade inteira para implantar essa usina e isso não é uma obra qualquer. É uma iniciativa monumental que é fruto da engenharia da companhia. Sempre gosto de ressaltar a força da Cemig, que vem de cada um dos seus funcionários”, comenta Reynaldo Passanezi Filho.
História da Usina Nova Ponte
As primeiras investigações sobre Nova Ponte foram realizadas em 1964 por consultores do consórcio Canambra e técnicos da Cemig no escopo mais amplo dos chamados estudos energéticos da região Sudeste. Tais estudos abrangeram o inventário dos recursos hidráulicos do Rio Paranaíba e seus principais afluentes, indicando condições promissoras para a construção de uma usina com reservatório de acumulação em Nova Ponte, no rio Araguari, cerca de 50 km a jusante da Usina de Pai Joaquim.
As obras tiveram início em abril de 1987. Nova Ponte exigiu investimentos da ordem de US$1 bilhão, integralizados em grande parte por recursos da Cemig
Cerca de US$ 60 milhões foram investidos na construção da nova cidade de Nova Ponte, erguida a cerca de 3 km da antiga sede, e nos programas de indenização a mais de mil proprietários rurais. Além de programas de saneamento e relocação da infraestrutura regional, foram implementados diversos projetos específicos de preservação ambiental, como o aproveitamento econômico da biomassa vegetal, a remoção de artefatos arqueológicos, manejo e preservação da fauna terrestre e a criação da estação ambiental de Galheiro.
A inauguração oficial da usina ocorreu em 16 de setembro de 1994 com a entrada em operação da primeira de suas três unidades geradoras. A segunda e a terceira unidades foram acionadas em fevereiro e setembro de 1995.