Fernando Morgado analisa como a TV aberta segue relevante na era digital e domina o debate nas plataformas sociais

A televisão aberta segue sendo um dos principais motores do debate público e da mídia digital no Brasil. De acordo com a Kantar IBOPE Media Brasil (TG BR 2023 R3), uma em cada três pessoas afirma que, enquanto assistem TV, costumam comentar o que estão vendo nas redes sociais. Esse dado reforça o impacto da TV, que continua pautando discussões e gerando engajamento on-line. A capacidade de mobilizar audiências gigantes e direcionar tendências faz da TV aberta um meio estratégico, tanto para a comunicação quanto para o mercado anunciante.
Como a TV aberta mantém sua relevância?
A televisão aberta tem um diferencial fundamental: o conteúdo ao vivo. A transmissão de eventos, noticiários e realities cria momentos de grande repercussão, estimulando interações imediatas e simultâneas em massa. Esse formato gera conversas que se espalham rapidamente pelas redes sociais, ampliando o alcance dos programas e o resultado da publicidade.
O jornalismo local é outro pilar da TV aberta. Em um país de dimensões continentais, as emissoras locais cumprem um papel essencial ao levar informações que afetam diretamente o dia a dia das comunidades. Esses conteúdos frequentemente repercutem em plataformas digitais, sendo replicados e discutidos por influenciadores e veículos on-line. A TV aberta, assim, segue como referência na construção da agenda pública.
A TV aberta ainda lidera a audiência?
Apesar da fragmentação do consumo de mídia, a TV aberta continua reunindo milhões de espectadores diariamente e ao mesmo tempo. Sua presença em todas as camadas da sociedade garante uma distribuição de conteúdo sem barreiras de acesso, algo que poucas plataformas digitais conseguem igualar.
Além disso, a televisão aberta influencia diretamente os conteúdos consumidos no ambiente digital. As redes sociais e os serviços de streaming frequentemente aproveitam a popularidade de novelas, programas de auditório e transmissões esportivas para gerar conteúdos paralelos. Esse efeito prolonga o impacto da TV, aumentando sua relevância e ampliando suas oportunidades comerciais.
O que isso significa para o futuro da TV aberta?
O dado da Kantar IBOPE Media Brasil reforça que a TV aberta continuará sendo protagonista na indústria da mídia. O formato de transmissão simultânea mantém sua capacidade de gerar engajamento, enquanto a interação com as redes sociais multiplica o impacto de seu conteúdo.
Para o mercado publicitário, essa combinação cria soluções 360°. Campanhas que começam na TV aberta podem ser reforçadas nas redes, aumentando o alcance e a personalização das mensagens. Isso permite que marcas se beneficiem da credibilidade da televisão e da segmentação digital ao mesmo tempo.
A TV aberta está ameaçada pelas plataformas digitais?
As plataformas digitais mudaram o cenário da mídia, mas a TV aberta não perdeu sua importância. Pelo contrário, a relação entre televisão e internet se tornou mais integrada. A TV continua pautando discussões e fornecendo conteúdos que circulam em diversos formatos no meio digital. Essa dinâmica amplia seu impacto e reforça sua posição estratégica.
A evolução da televisão também passa por novas tecnologias. A TV digital, a distribuição por aplicativos e a presença de emissoras em múltiplas plataformas garantem que a TV aberta se adapte às transformações do consumo de mídia. Esse movimento reforça sua longevidade e assegura que continuará desempenhando um papel central no mercado e na sociedade.
Fernando Morgado é consultor e palestrante com mais de 15 anos de experiência nas áreas de mídia e inteligência de negócios. Atendeu clientes como Band, Grupo Globo e SBT. É Top Voice no LinkedIn e tem livros publicados no Brasil e no exterior, incluindo o best-seller Silvio Santos – A Trajetória do Mito. Foi coordenador adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS. Mestre em Gestão da Economia Criativa e especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM.
Informações: Fernando Morgado/MídiaCom MS