Transporte aéreo está entre os setores mais afetados pela pandemia

Expectativa é que movimento acelere o setor até dezembro

O transporte aéreo foi uma das atividades econômicas mais afetadas pelas medidas de combate à pandemia do coronavírus. Entre elas, o fechamento de fronteiras e a interrupção de atividades não essenciais.

De acordo com a Abear, Associação Brasileira das Empresas Aéreas, no mês de abril , o movimento representou apenas 8% do esperado. De lá pra cá, ocorreu uma recuperação progressiva, mas ainda longe dos índices habituais.
A expectativa do presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, é de que o aumento do movimento acelere.

O relatório mais recente de demanda e oferta da Anac, Agência Nacional de Aviação Civil, destaca que setembro registrou pouco mais de 3 milhões de passageiros, o que corresponde a 39% do mesmo mês do ano passado. Junto com a redução da demanda, o custo do setor subiu.

Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas apontou que, entre as 30 moedas mais negociadas no mundo de janeiro a outubro, o real foi que mais desvalorizou. Diante do dólar, o real chegou a perder quase metade do valor, mas, depois de uma leve recuperação ao longo do ano, fechou essa terça-feira valendo 41% menos do que no dia 1º de janeiro.

A cotação do dólar impacta diretamente na compra de aeronaves e diversos componentes. E define o preço do querosene de aviação, que chegou a subir 61% de abril a agosto deste ano, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo. Na sondagem feita em outubro, o valor médio era de R$1,85 por litro, em alta de 48% na comparação com R$1,25 registrado em abril.

De acordo com a Abear, que representa, entre outras companhias aéreas, a Gol e a Latam, no ano passado, 53% do custo do setor aéreo foi em dólar. Durante a crise, as empresas têm evitado repassar a conta ao consumidor e até houve redução nos preços das passagens.

O advogado e presidente da Andep, Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo, Cláudio Candiota, concorda que ocorreu uma leve redução no valor da passagem, mas avaliou que esse valor sempre foi alto no Brasil.

Se, por um lado, a crise não impactou o preço das passagens, por outro, forçou as companhias aéreas a cortar custos, inclusive com pessoal.

*As informações são da Rádioagência Brasil.

 

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