Vários atingidos pela tragédia denunciaram a atuação irresponsável da Renova, que estaria se desviando do foco de agilizar a reparação dos danos, utilizando recursos em eventos e autopromoção.
Maria Célia de Andrade, produtora rural atingida em Conselheiro Pena (Vale do Rio Doce), disse que suas terras estão inférteis, sendo que a região tinha os terrenos mais férteis do Brasil. Com isso, não consegue produzir alimento para o seu gado leiteiro, que apresenta grande queda na produção.
Emocionada, ela relatou que, além do prejuízo financeiro, tem que conviver com a depressão e a ansiedade. “Isso nos corrói dia e noite”, afirmou, lembrando que sua pequena propriedade já foi uma unidade demonstrativa, que obtinha renda maior que grandes fazendas.
Advogados – Wellington Azevedo, do Fórum Permanente em Defesa do Rio Doce, criticou o fato de que só os advogados podem acessar o Novel. Na opinião dele, o novo sistema indenizatório estaria gerando uma competição entre advogados para atender a atingidos, cobrando comissões entre 10% e 30% do valor das ações. “As pessoas acabam aderindo, porque todo mundo quer receber alguma coisa”, lamentou.
Simone Silva, atingida de Barra Longa (Região Central), denunciou que a Renova é “uma máquina industrial de lavar o dinheiro dos atingidos”. Ela avalia que, depois do Novel, criaram-se comissões “do bem e do mal, sendo do primeiro tipo as que o juiz federal elege para não pedirem reparação integral. “As nossas comissões são tachadas de más, porque não aceitamos a proposta de quitação final”, indignou-se.
As informações são da Agência ALMG
Foto: William Dias