Thiago Neves nega ter feito festa, critica Perrella e afirma que aceita ficar com salário menor

Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

O meia Thiago Neves, do Cruzeiro, negou nesta segunda-feira ter realizado uma festa em casa, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, neste fim de semana, quando o clube caiu para a Série B. Ele desmentiu a informação em entrevista ao programa Fox Sports Rádio, do canal de TV paga Fox Sports.

“Eu estou há dois dias no Rio de Janeiro, com meus filhos, que há duas, três semanas eu não via. Não fui eu, eu não estava em BH. Torcedor cruzeirense, pode ficar com raiva de mim, mas eu não faria isso, pelo menos nessa última rodada. Estou sofrendo como vocês”, afirmou o armador.

O jogador disse à emissora que considera a possibilidade de permanecer no time celeste com salário reduzido no ano que vem – o contrato dele com o clube termina no fim de 2020 –, criticou o gestor de futebol e presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella, pediu desculpas à torcida e revelou os motivos que acredita ter feito a Raposa cair.

Fica?

“Por mim, eu cumpro meu contrato, independente se tiver que jogar a Série B. A opção vai ser sempre do Cruzeiro. O Zezé vai decidir, o presidente vai decidir. O que eles acharem melhor, a gente vai sentar, conversar, e a todo momento pensando no Cruzeiro. O que for melhor para ele [Cruzeiro], para mim tá bom.”

“Eu prefiro nem sentar com ele [Perrella] para conversar, me sento com outras pessoas que eu acho que são mais honestas, mais justas, que eu respeito mais. Toparia [ter o salário reduzido], para ficar no Cruzeiro no ano que vem.”

Perrella

“Ele chegou achando que ia mudar o clube, dar um choque, e não foi isso que aconteceu. Prometeram um monte de coisa, pediram a saída do Itair [Machado, ex-vice-presidente de Futebol], [disseram] que iam acertar salário, premiação, e não fizeram nada. Quando você está fora, é muito fácil você xingar, julgar as pessoas. Quando eles entraram, não fizeram nada para mudar a situação.”

Áudio vazado

No dia 29 de novembro, após a derrota por 1 a 0 para o CSA, no Mineirão, vazou um áudio em que Thiago pergunta a Perrella se era possível o pagamento de parte dos salários atrasados antes da partida. Os atletas não recebiam há dois meses e meio. O dirigente afirmou que se a conversa vazou, “vazou por ele (Thiago)”. O jogador rebate.

“Eu também quero saber de onde foi vazado esse áudio. Por que eu vazaria um áudio sendo que eu estou cobrando do Zezé? Por que eu mandaria esse áudio para um amigo? Não tem motivo. Foi essa pergunta que eu fiz a ele (Perrella).”

“Salário atrasado atrapalha, sim, mas, quando você entra em campo, esquece tudo isso. As coisas quando fora de campo estão erradas, em campo a bola vai bater na trave e vai sair.”

Arrependimento

“No pênalti do CSA, todo mundo acha que eu bati para fora porque eu quis. Se eu fosse fazer isso, seria com o clube que eu gosto, contra o Fluminense, na Copa do Brasil. Nunca vou fazer isso. Peço desculpa pelo pênalti que eu errei. Peço desculpa pelo evento que eu fui no domingo. Tem vários erros que eu cometi que eu reconheço, mas serão essas coisas que vão atrapalhar a minha história e as coisas que a gente conquistou juntos.”

O jogador se refere ao show do cantor Thiaguinho que foi no dia 1º de dezembro, no Mineirão. Torcedores o filmaram no evento, um dia após o meia ser vetado pelo departamento médico para o jogo contra o Vasco, disputado na segunda-feira (2), devido a um edema na coxa. No dia da partida, Perrella anunciou o afastamento do atleta.

Culpa

“A culpa [pelo rebaixamento] tem que ser dividia para todo mundo. A diretoria errou, os jogadores também. O planejamento foi errado, tanto da época do Mano [Menezes, ex-técnico do Cruzeiro], do Rogério [Ceni, ex-técnico do Cruzeiro].”

O que faltou?

“Eu acho que mais comprometimento porque, quando a gente estava ganhando, foi campeão da Copa do Brasil, todo mundo falava ‘o grupo estava fechado, unido, foi por isso que a gente foi campeão’. Na hora que o bicho pegou, que ficou complicado, ninguém falava mais nisso, a gente não se fechou, como tinha que ser feito.”

“Acho que começou a ter um relaxamento de todos os jogadores [após a classificação para o mata-mata da Copa Libertadores]. A gente já estava mal no Brasileiro, e o Brasileiro você tem que respeitar, você não pode deixar de lado, independente da competição que você está jogando. Tinha que ter feito a mesma coisa que o Flamengo, não tem que poupar jogador. Monta um elenco bom, para que você vai poupar jogador? A gente (jogadores) concordou também. Eu em alguns jogos queria ser poupado. Ele (Mano) sempre perguntou quem queria jogar.”

Medalhões

“Tinha bastante gente que não nos ajudava em campo. Quando o Rogério chegou, botou uma equipe com velocidade, parte da garotada para jogar, só que, com a pressão que estava, eles não iam segurar o rojão. Quando o resultado não vinha, ‘o Thiago não faz gol, o Fred não faz gol a não sei quanto tempo’, só que as outras peças também não nos ajudavam. Os medalhões tentaram, fizeram de tudo, a gente conversou.”

Grupo rachado?

“Por incrível que pareça, não. Estava todo mundo bem abatido, abalado. Em momento algum teve uma briga, discussão. O nosso grupo foi muito fechado, mas nos últimos meses estava todo mundo de cabeça baixa, desanimado, abalado.”

Convocado contra Palmeiras?

Thiago relatou ter recebido uma ligação do diretor de futebol, Marcelo Djian, para saber se ele toparia jogar contra o Palmeiras, nesse domingo (8).
“Eu ia jogar, mesmo sem ter treinado a semana inteira. Ele ficou de ligar mais tarde para dar a resposta, acho que ia ver com jogadores ou com o Zezé. Acabaram que não ligaram. Eu estava pronto para jogar. Eu estava no Rio, mas a qualquer momento viajava e me apresentava no domingo. Eu queria jogar no domingo.”

 

(Itatiaia BH)

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Postado originalmente por: 94 FM Vale

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