Tempo seco reforça preocupação com queimadas

O inverno começou e com ele uma preocupação que sempre traz dor de cabeça aos bombeiros e risco para o meio ambiente: as queimadas. A combinação de irresponsabilidade humana com a baixa umidade relativa do ar, que alcança os menores índices no trimestre formado pelos meses de julho, agosto e setembro, faz com que os incêndios, sejam eles criminosos ou não, cresçam no período.

As queimadas não ocorrem apenas em unidades de conservação ambiental, como os parques, mas também em pastos, lotes vagos e às margens de estradas. O crescimento, no entanto, chama a atenção porque o período mais crítico do ano – de tempo seco e muito vento, capaz de favorecer a proliferação das chamas – só começou neste mês.

O comandante da 2ª Cia de Bombeiros de Manhuaçu, Tenente Flávio Mota, ressalta que é um momento crítico. “O período de seca compreende os meses entre maio e novembro. Mas para nós, os meses mais críticos são os meses de julho, agosto e setembro, um período onde a gente tem um maior cuidado com a questão dos incêndios florestais por serem os meses mais secos do ano. Nesse período a gente realiza campanhas educativas com a população, vamos nos sindicatos dos trabalhadores rurais, do produtores rurais, para orientar quanto às queimadas, que é uma prática ainda recorrente por fazendeiros, para o plantio, mas que tem a forma correta de ser feita e que não se torne um incêndio sem controle”.

As queimadas são técnicas de limpeza de terrenos para o cultivo de plantações ou formação de pastos, com uso do fogo de forma controlada que, às vezes, pode descontrolar-se e causar incêndios em florestas, matas e terrenos grandes.

Chuvas

As chuvas são fator importante no ciclo do clima anual, nós sabemos. Em 2018, houve uma maior incidência de chuvas em Manhuaçu e região na época de seca.
De acordo com a publicação do engenheiro agrônomo, Ruy Gripp, na edição 2555 do Jornal Tribuna do Leste, em janeiro de 2019, Manhuaçu teve 361 milímetros de chuva entre maio e outubro de 2018, considerados meses de seca, enquanto a média histórica, segundo o site climate-data.org é de 199 milímetros de
chuva na região.

“Ano passado nós não tivemos um número elevado de ocorrências referentes a incêndios florestais, a gente acredita que esse ano a quantidade será maior porque a vegetação está vasta e não há previsão de chuvas, enquanto ano passado choveu bastante”, afirma o Tenente.

Imprudência

Segundo o Corpo de Bombeiros, em 99,9% dos incêndios florestais as causas são humanas. As ações, que podem ser imprudentes ou criminosas, vão de jogar uma guimba de cigarro próximo a rodovias a colocar fogo na vegetação de maneira proposital. Por isso, a corporação pede à população que evite o acúmulo de lixo em lotes vagos ou soltar balões ou fogos de artifício perto de matas ou áreas rurais, além de sempre ensacar os resíduos de capina, em vez de optar pela queima.

“O Corpo de Bombeiros, na área urbana, tem feito vistorias nos terrenos, orientado a população para manter esses lotes limpos, livre de vegetação, não acumular lixo nesses locais, para não facilitar a propagação do incêndio. Nesse período há de se ter um cuidado maior. A gente trabalha muito na prevenção desses incêndios, relatando a outros orgão competentes que possam nos ajudar a fiscalizar para que possamos evitar essas ocorrências, que são prejudiciais a todos, tanto para os animais, quanto para a qualidade do ar que respiramos. Esperamos que as ações sejam efetivas neste ano também”, ressalta o comandante.

Os incêndios florestais ou em vegetação colocam em risco pessoas e bens, além de provocar danos ambientais, muitas vezes irreversíveis. No período de seca, com vento e baixa umidade relativa do ar, pequenas fagulhas podem se propagar provocando um grande incêndio, por este motivo, é preciso estar atento.

Em caso de incêndios próximo à sua residência, é imprescindível entrar em contato com o Corpo de Bombeiros pelo 193, seja para chamados de emergência seja para se informar do que fazer.

João Vitor Nunes

Postado originalmente por: Tribuna do Leste – Manhuaçu

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